Greve geral paralisa fábricas e transportes em Portugal

Uma greve geral convocada por sindicatos de Portugal para protestar contra os planos do governo de cortar o déficit orçamentário por meio da redução dos salários dos funcionários públicos e da elevação dos impostos provocou o fechamento de portos, fábricas e do sistema de metrô de Lisboa. As informações são de representantes dos trabalhadores.

Os transportes estão sendo mais afetados pela greve, já que 100% dos trabalhadores do metrô de Lisboa aderiram ao protesto à meia-noite, junto com 100% dos trabalhadores de prefeituras de cidades próximas à capital do país, de acordo com um comunicado distribuído por e-mail pelo sindicato Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP).

Duas das mais importantes linhas de trem que chegam a Lisboa foram suspensas e mais de 500 voos foram cancelados, segundo o sindicato. Os portos do país também foram paralisados e muitos navios esperam para entrar nos ancoradouros, enquanto outros estão parados sem conseguir sair, porque os funcionários dos portos interromperam os serviços. Empresas também foram afetadas. Cerca de 95% dos trabalhadores da fábrica Volkswagen Autoeuropa entraram na greve, segundo o CGTP.

“A política orçamentária vai penalizar as famílias com aumentos de impostos e cortes de salários”, disse Francisco Louca, líder do partido Bloco de Esquerda, o quarto maior no parlamento português. “A greve é um sucesso extraordinário no transporte público de Lisboa, do Porto e no restante do país, nos serviços públicos e em hospitais, com médicos, enfermeiras e equipe administrativa defendendo o sistema de saúde nacional”, disse Louca.

Sindicatos que representam 650 mil trabalhadores anunciaram apoio à greve geral – a primeira desde 2007. A greve foi convocada depois que o governo anunciou uma segunda rodada de medidas de austeridade neste ano para aumentar os esforços para atingir as metas estabelecidas para o déficit orçamentário. Em setembro, o governo anunciou mais um aumento no imposto sobre valor agregado, de 21% para 23%, em 2011, junto com um corte de 5% nos gastos estatais com salários. As informações são da Dow Jones.

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