Greve dos cegonheiros paulistas ainda não afeta o Paraná

A greve dos cegonheiros da região do ABC paulista, iniciada na última quarta-feira, ainda não chegou ao Paraná. De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson Silva de Souza, as montadoras instaladas em São José dos Pinhais – Renault/Nissan e Volkswagen – estão em feriado prolongado e só vão retomar a produção e o transporte dos veículos na próxima segunda-feira.

?Até ontem (quarta-feira), estava tudo normal. Talvez pelo fato de o feriado ser prolongado, nada foi afetado?, comentou Souza. A planta da Volks instalada em São José dos Pinhais fabrica os modelos Fox (de duas e quatro portas), Crossfox, Fox Europa e Golf. A produção diária é de aproximadamente 830 unidades; 70% é comercializado no mercado interno. O restante é exportado para países da América e Europa. Já a Renault produz os modelos Clio, Scènic, Logan, Mégane e Mégane Grand Tour. São cerca de 700 veículos produzidos por dia, sendo que 80% é vendido no mercado interno. O restante é exportado para a Argentina, México, Uruguai e Chile.

A greve dos cegonheiros do ABC paulista acontece justamente no auge do melhor período da história da indústria automotiva do País. Só no Paraná, segundo dados divulgados esta semana pela Fenabrave-PR (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – Seccional Paraná), as vendas de veículos novos chegaram à marca de 275.497 unidades de janeiro a outubro deste ano, 29,86% mais que no mesmo período do ano passado, quando foram comercializados 212 mil veículos. Só os automóveis de passeio passaram de 105.891 unidades no ano passado para 138.964 este ano, ou seja, incremento de 31%.

A greve

Cerca de 3 mil caminhoneiros filiados ao Sindicato dos Motoristas Cegonheiros Autônomos de São Bernardo do Campo então em greve por tempo indeterminado desde a última quarta-feira. A categoria protesta contra a falta de assinatura da convenção coletiva e contra o excesso de horas de trabalho provocado pela grande demanda por veículos novos.

Os cegonheiros são responsáveis pelo transporte de 3 mil veículos zero quilômetro por dia do ABC paulista para as várias regiões do País. De acordo com Sergio Reze, presidente nacional da Fenabrave, se a paralisação durar mais de três dias passa a existir o risco de faltar carro nas concessionárias.

A data-base para renovação da convenção coletiva dos cegonheiros é 1º de maio, mas o acordo não foi fechado porque o sindicato patronal teve sua carta sindical cassada pelo Ministério do Trabalho. A categoria reivindica aumento do piso salarial, dos atuais R$ 780 para R$ 1.200. Além disso, a comissão do cegonheiro, que hoje varia de 10% a 15% do valor do frete, seria uniformizada em 10%. As empresas pediram prazo até dia 5 de dezembro para o início das negociações, o que foi rejeitado pelos trabalhadores.

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