Greve afeta produção de carros na VW e Renault

Depois dos metalúrgicos, agora é a vez de os trabalhadores do Parque Industrial de Curitiba (PIC) da Volkswagen/Audi e Renault, em São José dos Pinhais, cruzarem os braços. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, desde terça-feira cerca de 1,5 mil trabalhadores do PIC e outros 500 que trabalham em empresas terceirizadas estão parados. A greve, ainda segundo o sindicato, já está afetando a produção das montadoras: na Volks, a estimativa é que cerca de mil veículos deixaram de ser produzidos no período e, na Renault, outros 450.

Os trabalhadores, que têm data-base no dia 1.º de outubro, reivindicam abono salarial de R$ 700,00 – mesma quantia paga aos metalúrgicos das montadoras. Conforme acordo fechado no ano passado e válido para os dois anos seguintes, eles já têm garantido elevação salarial de 4,91%, sendo 2,86% relativo à reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses e 1,99% de aumento real.

Ontem à tarde, os trabalhadores realizaram nova assembléia no Parque Industrial de Curitiba, onde decidiram pela continuidade da paralisação. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Cláudio Gramm, o sindicato patronal (Sindipeças) insiste em não conceder o abono aos funcionários. ?O Sindipeças não quer ceder. A alegação é que se o abono for concedido aqui, o benefício terá que ser ampliado para todo o país. Só que esse é um problema deles, não nosso?.

No Parque Industrial da Volks-Audi, estão paradas as empresas Thyssenkrup (Módulos e Presta), Tenneco Automotive, Pirelli, Kromber & Schubert, Peguform, Delphi, Guanavi, TDF e FAF. Já no parque industrial da Renault, são os funcionários da Bentler que estão de braços cruzados. Como as montadoras trabalham no sistema ?Just in time?, a falta de peças afeta quase imediatamente a linha de produção. Na Volks/Audi, a produção diária é de 810 veículos e, na Renault, 310 automóveis. Segundo Cláudio Gramm, a paralisação segue até que o sindicato patronal apresente nova proposta. 

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