Grécia enfrenta primeira greve geral do ano

Milhares de pessoas saíram às ruas de toda a Grécia nesta quarta-feira para protestar contra o alto desemprego e as medidas de austeridade impostas pelo governo. Os dois maiores sindicatos do país convocaram a paralisação de 24 horas que fechou o comércio e prejudicou o funcionamento de vários serviços públicos.

A greve, convocada pela central sindical GSEE, que reúne sindicatos do setor privado, e pela ADEDY, dos funcionários públicos, paralisou o funcionamento dos serviços governamentais, incluindo escritórios do governo, tribunais, serviços fiscais, bancos estatais, escolas e universidades em todo o país. Já os hospitais funcionam em esquema de plantão.

O serviço de ônibus na capital grega está funcionando parcialmente, assim como os trens de subúrbio e de longa distância. A paralisação dos trabalhadores da aviação civil também prejudicou o pouso e decolagem de aviões no aeroporto de Atenas.

O GSEE reclama das recentes alterações nas leis trabalhistas gregas e disse que convocou a greve “para que finalmente sejam tomadas medidas para enfrentar o desemprego, para que haja emprego para todos e para assegurar nossos direitos democráticos e trabalhistas”.

Na manhã desta quarta-feira havia forte presença de policiais nas ruas de Atenas, numa tentativa de evitar problemas com grupos de jovens anarquistas que têm atrapalhado protestos pacíficos ao entrarem em confronto com a polícia, provocando pesados danos na região central.

A paralisação desta quarta-feira é a 30ª desde o início da crise econômica, três anos atrás. Desde então, a Grécia implementou pacotes sucessivos de medidas de austeridade em troca de um resgate de 173 bilhões de euros de seus parceiros da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

As medidas de austeridade foram acompanhadas de uma série de reformulações que incluem o enfraquecimento de acordos salariais coletivos e medidas para a demissão de funcionários públicos.

A Grécia está em seu sexto ano seguido de recessão, período no qual a economia sofreu contração de quase 25%. A taxa de desemprego é a mais alta da Europa, tendo atingido o recorde de 27% em novembro, mas o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos chega a 61,7%. As informações são da Dow Jones.