Negócios

Grande Curitiba é a bola da vez do mercado imobiliário

A Grande Curitiba está na rota dos grandes players de toda a cadeia do setor imobiliário. Das grandes construtoras às incorporadoras de imóveis, há um ponto convergente desses vultosos investimentos: certa disponibilidade de terrenos, diferente do que ocorre no eixo Rio-São Paulo, atrelada à oferta bastante razoável de opções construtivas (prédios velhos ou residências) com preços viáveis para a lucratividade do negócio. Esses fatores, somados ao conceito de qualidade de vida criado em torno da capital paranaense e a expansão da estrutura de entretenimento nos últimos anos, levaram a cidade e seus municípios vizinhos a serem a bola da vez dos principais investidores do País.

“Todos os grandes players do setor estão construindo em Curitiba”, assegura o diretor operacional da incorporadora Fernandez Mera Negócios Imobiliários, Luiz Rodrigo Santos. Na visão dele, mesmo sem considerar a região metropolitana, os investidores ainda conseguem terrenos e, principalmente, opções construtivas para projetos imobiliários dos mais variados tipos. “Tem espaço para tudo do alto padrão ao supereconômico, de casas a prédios, de imóveis comerciais aos residenciais”, analisa.

Ele reconhece que tamanho aquecimento do setor inflacionou as áreas disponíveis – segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR) tiveram casos com valorização acima de 70% –, mas os valores ainda não inviabilizam a lucratividade do negócio. “Em São Paulo, por exemplo, os preços de alguns desses espaços simplesmente vetam qualquer projeto”, explica.

Para o vice-presidente de Indústria Imobiliária do Sinduscon-PR, Luiz Gustavo Salvático, o movimento de entrada de novas empresas não se restringiu a Curitiba, nem se deu de forma unilateral. “Com a abertura de capital as empresas passaram a expandir seus negócios por todo o País, ainda mais depois de 2006, com a retomada do crescimento imobiliário. Nossas empresas também passaram a investir fora daqui e isso permitiu um salto qualitativo de todo o setor”, aponta.

Pelo acompanhamento de Salvático, com o ingresso de novos grupos, mudou-se o conceito dos empreendimentos, agregando novos produtos. “Acabamos incorporando novas ideias de empreendimentos. Os espaços de lazer, por exemplo, ganharam mais atenção”.

Cidade mais vertical

Na avaliação do vice-presidente de Indústria Imobiliária do Sinduscon-PR, os grandes grupo imobiliários, em geral, estão investindo maciçamente em empreendimentos verticais. “Os apartamentos se mostram muito mais interessantes do que as casas e isso, no médio prazo, deve mudar o panorama de certos bairros da cidade, onde as casas predominaram até então”, prevê Salvático.

A análise divide opiniões. A Fernandez Mera acredita que casas e sobrados ainda têm seu lugar nos novos projetos imobiliários. “Casas fazem parte do sonho dos consumidores”, acredita Santos. Já a incorporadora Viver segue à risca a tendência percebida pelo Sinduscon-PR. O primeiro empreendimento do grupo – Residencial Viver Bosque São José dos Pinhais –, construído via programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, deverá entregar os primeiros 230 apartamentos dentro de 15 dias. Até setembro, o empreendimento deverá estar pronto e contará com um total de 720 unidades habitacionais.

Divulgação
Residencial Viver Bosque São José dos Pinhais: empreendimento supereconômico com qualidade.

 

“Nosso grupo está focado no público que adquire a primeira residência, sem abrir mão da qualidade. Aliamos gestão de processos e produção em escala a projetos diferenciados no que tange aos empreendimentos supereconômicos. O residencial que estamos finalizando em São José dos Pinhais congrega toda a forma de trabalhar do nosso grupo”, afirma o diretor de construção da Viver, Alexandre Moura. Além de buscar a diferenciação do empreendimento mesmo na categoria supereconômica, incluindo áreas de lazer dentro do empreendimento do “Minha Casa, Minha Vida”, o grupo também investe pesado em tecnologia e aprimoramento de processos.

Uma das inovações no Residencial Viver Bosque São José dos Pinhais está no uso de painéis de concreto para a construção. “Esses painéis permitiram trazer a linha de montagem industrial para o canteiro de obra”, acrescenta a diretora de marketing da Viver, Marusia Gomez. Com o advento dos painéis de concreto, a incorporadora conseguiu a padronização de seus empreendimentos de Norte a Sul do País, com economia de 40% no tempo de execução da obra e resolvendo o problema da escassez de mão de obra. “Com os painéis conseguimos diminuir em 20% o número de funcionários necessários para os nossos empreendimentos sem perder a qualidade”, garante Moura.