Governo não vê reajuste abusivo do aço até agora

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, disse hoje que o governo está acompanhando o preço do aço e de outros insumos, mas que, até agora, não foi detectado nenhum aumento abusivo que justificasse a redução da alíquota de importação. “Se for necessário, vamos reduzir. Já fizemos isso antes, podemos fazer de novo”, disse. O ministro fez as declarações depois de participar do Lean Summit 2010, em São Paulo.

Miguel Jorge citou a mudança no sistema de precificação do minério de ferro, que “acaba tendo impacto natural sobre os preços do aço”. O novo modelo de precificação do minério, em vigor desde 1º de abril, prevê reajustes trimestrais e substitui o sistema anual utilizado até o ano passado. “O que é preciso é acompanhar exatamente que tipo de reajuste está sendo feito para que não prejudique a produção nacional”, afirmou.

Em meados de julho, a Agência Estado noticiou que o governo federal acelerou os estudos para uma eventual necessidade de voltar a zerar a alíquota de importação do aço e estaria pronto para tomar medidas imediatas em caso de aumentos abusivos e não justificados no setor. Os reajustes estão sendo monitorados pela área técnica dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento.

A Usiminas começou a implantar aumentos de 3,5% a 6% nos preços-base de referência de seus produtos em 1º de agosto. No início de junho, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, informou reajuste médio no preço do aço no mês de julho de 4% e disse que outros 4% de alta estão previstos para outubro.

Exportações

O ministro do Desenvolvimento avaliou que o Brasil é “lento e tímido” no apoio aos exportadores e que é preciso se convencer que a competição internacional é cada vez maior. “Portanto, temos que ser cada vez mais rápidos e mais efetivos no apoio aos exportadores”, afirmou. O ministro ponderou que o governo já adotou medidas para apoiar as empresas exportadoras, como a devolução de impostos.

O ministro disse ainda que, apesar de a balança comercial registrar um superávit de US$ 9,237 bilhões no acumulado do ano, 45,1% inferior ao superávit de US$ 16,818 bilhões registrado em igual período do ano passado, ainda há tempo de recuperá-la. Pelos cálculos de Miguel Jorge, o Brasil exportará neste ano o equivalente a US$ 180 bilhões e o saldo da balança poderá registrar um superávit de US$ 16 bilhões a US$ 18 bilhões.

O ministro comentou a entrevista da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, ao jornal O Estado de S. Paulo, e disse concordar com ela que não há um processo de desindustrialização no País. “Concordo em gênero, número e grau com a candidata. Não há um processo de desindustrialização e precisamos apoiar mais os exportadores”, afirmou.

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