Governo não vai mudar cálculo da TR

São Paulo (AE) – O governo não cogita modificar o cálculo da TR, como desejam as instituições financeiras que concedem crédito imobiliário, informou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Alguns bancos temem que, mantido o valor atual da TR, haja uma migração em massa de recursos dos fundos de investimento para a poupança que, com a queda da taxa de juros básica, pode passar a render mais do que as carteiras de títulos públicos das instituições financeiras, voltadas para o pequeno investidor.

?Isso ainda não entrou na cogitação do governo. Essa é uma colocação que está sendo feita pelo setor privado, e há uma discussão longa a ser feita a esse respeito?, disse Mantega, que participou ontem de almoço com integrantes do Secovi, sindicato do setor imobiliário de São Paulo.

Aumento do mínimo não pode afetar a Previdência

São Paulo (AE) – Um dia após se reunir com as centrais sindicais para debater a questão do reajuste do salário mínimo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, suavizou ontem o discurso dos R$ 367, defendidos pelo ministério, mas manteve a intenção de não elevar o mínimo a um patamar que ponha em risco as contas da Previdência.

Segundo Mantega, o importante não é o valor que será dado no reajuste do próximo ano, mas o estabelecimento de um critério que permita a manutenção de valorização real do mínimo, sem que isto afete de forma expressiva as contas do governo ou os projetos do setor público para estimular o investimento.

?O aumento pelo PIB per capita é um critério, mas estamos estudando outros?, disse. Mantega informou que expôs ontem para as centrais o problema de se dar um aumento no mínimo que exija um esforço muito grande do governo federal.

Para ele, as centrais também devem se preocupar com uma elevação do mínimo, que influencie na expansão da economia. ?Para os sindicalistas, não interessa que só o salário mínimo aumente, mas que o emprego e o investimento também cresçam?, destacou.

Anbid descarta que esteja preocupada com poupança

São Paulo (AE) – O vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Marcelo Giufrida, negou que o aumento da atratividade da caderneta de poupança preocupe os administradores de fundos de investimento. ?A mudança no cálculo da rentabilidade da aplicação nunca esteve na pauta?, assegurou.

Ele também discordou da possibilidade de migração de recursos dos fundos para a poupança. A caderneta se tornou mais atrativa com a redução da taxa básica de juros e, atualmente, apresenta remuneração superior à de alguns produtos. ?A queda da Selic também é positiva para os fundos?, afirmou. Giufrida destacou o desempenho da indústria em 2006, que registra captação recorde de quase R$ 70 bilhões.

Segundo o executivo, a transferência de recursos acontece dentro dos próprios fundos, com uma saída de produtos mais conservadores para os diferenciados, como os multimercados. Nos cálculos de Giufrida, a diferença de rentabilidade entre a poupança e os portfólios mais conservadores é pequena e não motiva uma mudança. ?Os dois produtos não são concorrentes, e sim complementares?, considerou.

Ele rebateu a tese de que as taxas de administração dos fundos, em especial os voltados para o pequeno investidor, sejam elevadas. De acordo com dados da Anbid, o valor médio cobrado caiu de 0,78% ao ano para 0,48% ao ano nos últimos cinco anos. Esse percentual, no entanto, considera toda a indústria, incluindo os fundos exclusivos e para investidores qualificados, tradicionalmente mais baratos. ?Mas a queda nas taxas ocorre em todos os segmentos, em razão da competição de mercado?, garantiu.

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