Governo fecha acordo e reduz IPI para carros

Brasília  – O governo fechou ontem um acordo que reduzirá o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis. No caso dos carros populares, a alíquota cai de 10% para 9%. Os populares a gasolina só terão a redução do imposto até o dia 31 de outubro. Depois, ele volta para 10%. Para os modelos de motor 1.0 a álcool e de motor reversível (que funciona com os dois tipos de combustível), a alíquota fica em 9%.

Para cilindradas acima de 1.0 até 2.0, o IPI para veículos a álcool e de motor reversível cai de 25% para 14% e para veículos a gasolina, de 25% para 16%. Acima de 2.0 cilindradas, a alíquota foi mantida em 25% para carros a gasolina e reduzida de 25% para 20% para carros a álcool e com motores reversíveis. As novas alíquotas foram divulgadas pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, numa entrevista improvisada na portaria do Ministério da Fazenda. As alíquotas devem ser publicadas no Diário Oficial de hoje, informou.

Minutos antes da entrevista de Carvalho, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, havia informado apenas o fechamento do acordo, sem dar maiores detalhes. “Estou muito satisfeito porque é uma decisão para preservar o emprego”, disse Amaral. “Foi encontrada uma fórmula para desovar os estoques e as vendas do carro popular.” Segundo o ministro, as montadoras se comprometeram em não demitir.

Sem comprometimento

Ao contrário do que disse Amaral, porém, Carvalho afirmou que o setor não se comprometeu formalmente com a manutenção do atual nível de emprego. “Não há compromisso formal, isso é impossível”, afirmou. Ele disse, no entanto, que as empresas vão fazer “os melhores esforços” nesse sentido “e já estão fazendo”.

Ele afirmou que os dirigentes do setor automobilístico recebem com “boa vontade” o apelo do ministro para a manutenção do emprego. “Há um apelo, só se pode colocar desta forma. O emprego tem se mantido estabilizado no setor porque as empresas têm se organizado para isso, diminuindo turnos de trabalho, montando esquemas de banco de horas, férias coletivas e pacotes de PDV (Programa de Demissão Voluntária).”

Carvalho, disse que o acordo com o governo será “muito bom para o mercado”. Segundo ele, só no primeiro semestre as vendas caíram 9% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O presidente da Anfavea evitou, no entanto, fazer de imediato previsões sobre o potencial de aumento das vendas e estimou uma possível redução dos preços dos carros em razão do incentivo do governo.

Ele disse que, agora, cada uma das montadoras vai analisar o impacto do acordo nas empresas. “É um acordo muito positivo, que reduz a carga tributária”, comentou. Na sua avaliação, um dos motivos que levou o governo a fechar o entendimento foi a perda de arrecadação com a redução das vendas de carros.

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