Governo crê em crescimento superior a 4% este ano

Brasília (AE) – O Ministério da Fazenda aposta em um crescimento superior a 4% em 2007, contrariando a previsão da maioria dos economistas e de órgãos do próprio governo, como o Banco Central e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). ?Vamos crescer mais do que 4%, por causa do aumento do investimento público?, afirmou o secretário-adjunto de Política Econômica Nelson Barbosa.

Sem considerar os efeitos das medidas para destravar o crescimento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar em janeiro, o BC projeta um crescimento de 3,8% e o Ipea de 3,6% para o ano que vem. Se a essas previsões for acrescentado o efeito do investimento de R$ 11,4 bilhões que o governo pretende fazer em infra-estrutura em 2007 por meio do Projeto Piloto de Investimentos, o resultado ultrapassa 4%, disse Barbosa.

O secretário admite que o governo poderá não investir tudo o que está programado em 2007. Antes de ser iniciada, uma obra exige quase um ano de preparação, entre a elaboração do projeto de engenharia, a obtenção da licença ambiental e a escolha e a contratação da empresa que fará o serviço. Há risco de os preparativos serem paralisados por questionamentos da Justiça ou do Ministério Público. Por isso, a existência do recurso por si só não garante que a obra sairá do papel. ?Vamos começando aos poucos e ganhando velocidade?, explicou.

Consumo interno

Outra aposta do governo para puxar o crescimento em 2007 é o mercado interno. Ao contrário do que aconteceu no início do primeiro mandato de Lula, quando as exportações eram o motor da economia brasileira, a força agora virá do consumidor brasileiro. É um processo que se desenha desde meados de 2004 e foi ganhando força com a adoção de medidas como o crédito consignado, o crescimento do emprego e da renda e a política de aumento do salário mínimo.

A estratégia de crescer com base no mercado interno esbarra na concorrência dos importados. O crédito mais fácil e barato e a melhoria de renda da população estão impulsionando uma onda de consumo em todo o País e o comércio vem crescendo a taxas da ordem de 5% ao ano. No entanto, a indústria fica atrás, com uma expansão da ordem de 3%, dada sua dificuldade de concorrer com os importados.

O governo, porém, não vai adotar novas medidas para encarecer o dólar e assim barrar as importações. A solução, disse o secretário, virá dos investimentos que o setor produtivo poderá fazer a partir das medidas de desoneração que constam do pacote a ser anunciado em janeiro.

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