Governo baixa preço da luz, mas compensa na gasolina e diesel

 

Com o reajuste de 6,6% autorizado pela Petrobras, que entrou em vigor ontem, o litro da gasolina já beira R$ 3 em Curitiba. Na maioria dos postos, o preço passou de R$ 2,79 para R$ 2,99. Segundo o presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, é o maior valor já praticado. Nos estabelecimentos que ainda estavam com preço velho, longas filas se formaram e a demora para abastecer chegou a meia hora. Na Avenida Anita Garibaldi, no Ahu, o combustível ainda era vendido na tarde de ontem a R$ 2,69. No Vista Alegre, o litro a R$ 2,67 também atraiu muitos donos de carros. Quem quiser aproveitar os valores menores precisa correr. “A arrumação de preços deve acontecer até segunda-feira”, estima Fregonese. Ele conta que os postos começaram a receber gasolina R$ 0,12 mais cara das distribuidoras. “Acredito que não ultrapasse a barreira psicológica dos R$ 3”, afirma. Pelas contas dele, para abastecer semanalmente um tanque 40 litros o acréscimo será de R$ 4. Cada litro embute R$ 1,30 de impostos e R$ 1,32 de custo do produto. Da margem bruta atual dos postos, de R$ 0,43 por litro, Fregonese diz que sobram R$ 0,04 de lucro.

Novos reajustes

Fregonese destaca que a defasagem do petróleo em relação ao mercado internacional é de US$ 25 o barril, já que lá fora a cotação é US$ 123 e no Brasil, US$ 98. Isso significa defasagem de R$ 0,33 por litro. Por causa do alto custo do etanol, a Petrobras está importando 25% da gasolina consumida no País.

Como o governo só autorizou um terço do repasse necessário para cobrir o “vermelho” da Petrobras, que foi de R$ 2,5 bilhões em 2012, o presidente do Sindicombustíveis-PR espera não ser surpreendido por novos reajustes este ano. “Com esse aumento, o governo deixa de perder R$ 650 milhões e joga com o aumento de 20% para 25% da quantidade de álcool na gasolina a partir de abril, que pode forçar pequena queda no preço da gasolina, e a migração de consumidores de gasolina para o álcool na safra”, aponta. “Com a gasolina a R$ 2,99, o álcool abaixo de R$ 2,09 já vale mais a pena”.

Diesel corrigido em R$ 0,10

Já o diesel, que era comercializado a até R$ 2,09 antes do reajuste de 5,4%, teve aumento médio de R$ 0,10. Para Fregonese, essa alta terá impacto maior para a sociedade. “O diesel é a máquina-motriz do País, com reflexo mais direto no bolso desde a colheita agrícola até o transporte (de cargas, escolar, de massa, trem)”, analisa.