Gasolina sobe e há suspeita de cartel

Fiscais do Procon-PR percorreram ontem 71 postos de Curitiba verificando os preços dos combustíveis para venda e o valor que pagam às distribuidoras. O menor preço encontrado para o litro da gasolina comum foi R$ 1,64 e o maior, R$ 1,72. Do total de postos fiscalizados, 57 – ou seja, 80% deles – têm preços variando entre R$ 1,68 e R$ 1,69. A adoção do mesmo valor levou dezenas de consumidores a reclamar junto ao Procon-PR, denunciando formação de cartel. O coordenador do Procon-PR, Naim Akel, considera cedo dizer se as denúncias procedem ou não. Além disso, o órgão não teria competência técnica para identificar a formação do cartel. “Vamos levantar as informações e encaminhá-las à Agência Nacional de Petróleo, que também faz levantamento de preços. A partir daí, os dados vão para o Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade), que tem competência técnica de verificar se isso vem ocorrendo em Curitiba ou não”, comentou o coordenador.

Além do preço final ao consumidor, os fiscais verificaram também o preço de custo, cobrado pelas distribuidoras. Os valores variaram entre R$ 1,41 a R$ 1,54 o litro da gasolina comum. “Algumas distribuidoras cancelaram o desconto que concediam aos postos e voltaram a praticar preços normais do mercado. Com isso, muitos repassaram para o consumidor”, afirmou Akel. As altas foram verificadas a partir da última quinta-feira. Até então, era possível encontrar o litro da gasolina comum por menos de R$ 1,50. O coordenador orientou que a população aguarde as ações de fiscalização, na expectativa de que os preços voltem a cair. “O mercado vai se auto-regular”, apontou.

Sem desconto

O Posto Pérola, revendedor da Shell, vendia o litro da gasolina por R$ 1,49 até a sexta-feira passada. Ontem o preço cobrado era R$ 1,68. Segundo o gerente comercial do posto, Geraldo Starepravo, a alta se deve à retirada de desconto por parte da distribuidora. “Agora estamos cobrando o mesmo preço de quando teve o último aumentou autorizado pelo governo”, lembrou. Com a elevação do preço, o movimento caiu em quase 50%. “Em uma semana se normaliza. As pessoas vão ter que abastecer.”

O gerente do posto SMR da João Negrão, revendedorda Texaco, Marcelo Cogo, comentou não saber o motivo da alta. Na semana passada, ele cobrava R$ 1,58 o litro da gasolina e agora foi para R$ 1,68. “Não sei. Veio a ordem da direção da rede e nós acatamos”, disse apenas. O movimento também caiu, em torno de 30%.

Serviço

– A tabela de preços de combustível pode ser vista no site do Procon-PR:
www.pr.gov.br/proconpr

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