Enquanto na maioria dos estados ficou mais caro abastecer o carro a partir de ontem, em virtude do reajuste do preço do álcool praticado pelas usinas, alguns postos de combustíveis de Curitiba baixaram os preços nas bombas. Era possível encontrar gasolina a partir de R$ 1,87 o litro. Até a semana passada, o menor preço era R$ 1,91. Segundo o presidente do Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná), Roberto Fregonese, a redução foi desencadeada pela distribuidora Ipiranga e seguida por outras empresas, mas ele acredita que o aumento anunciado pelas companhias na semana passada deverá chegar aos consumidores ainda nesta semana.
Na sexta-feira, as distribuidoras comunicaram às revendas um aumento de 2,5% para o álcool e de 1,5% para a gasolina. A alegação foi a defasagem do preço de 16% no preço do álcool anidro (que representa 25% da mistura da gasolina C) e de 25% no álcool hidratado (combustível), em função do fim da safra. Pelos cálculos do Sindicombustíveis/PR, o repasse dessa diferença representa uma alta média de R$ 0,05 no litro da gasolina e de R$ 0,08 no do álcool. “Algumas regiões mais carentes de álcool terão um aumento maior”, observa Fregonese.
Para ele, a redução praticada na rede Ipiranga logo após o anúncio do aumento “pode ser uma estratégia de marketing para fidelizar o cliente que, logicamente, é momentânea e não vai perdurar por muito tempo”. O presidente do Sindicombustíveis/PR informou que algumas distribuidoras já estão repassando parte do aumento. Mas como as negociações entre postos e empresas são diferentes, ainda há preços bem distintos na capital. O litro da gasolina varia de R$ 1,87 a R$ 1,99. Um posto Shell no Alto da XV que ontem de manhã comercializava a gasolina a R$ 1,91, baixou para R$ 1,89 no início da tarde. Fregonese estima que o preço médio passe de R$ 1,93 para R$ 1,98, mas acha difícil que o litro da gasolina ultrapasse a casa dos R$ 2.
O álcool também apresenta grandes variações de preço entre os postos curitibanos, de R$ 1,01 a R$ 1,17. Conforme o Sindicombustíveis/PR, o valor médio é R$ 1,05 e poderia chegar a R$ 1,13. Como os contratos de fornecimento de álcool são acertados em grandes volumes, explica Fregonese, “quando se compra um milhão de litros, você retira no preço antigo até a hora que precisar comprar outro lote”.