Funcionários da Central do Paraná cruzam os braços

Os cerca de quatro mil funcionários da Usina Central do Paraná S/A, localizada em Porecatu, no norte do Estado, entraram em greve ontem. O principal motivo do movimento é o atraso no pagamento dos salários. A usina produz cerca de 180 mil litros de álcool por dia, além de 18 mil sacas de açúcar.

O secretário geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Paraná, Celso Mattos, denunciou que os funcionários do setor rural e da indústria não recebem o salário desde março desse ano. Já os terceirizados, segundo ele, aguardam o pagamento desde dezembro. ?Sem falar que o FGTS e a contribuição sindical não têm sido recolhidos?, afirmou Mattos. Ele contou ainda que a greve foi decidida rapidamente, ontem, em assembléia em frente à usina. ?Estamos negociando há vários dias. Não dá mais para esperar?, afirmou.

A greve pode prejudicar a safra de cana-de-açúcar, que inicia este mês. Vários municípios do Vale do Paranapanema dependem diretamente da usina, como Porecatu, Alvorada do Sul, Centenário do Sul, Miraselva e Florestópolis. Porecatu fica quase na divisa com São Paulo. A economia da cidade é essencialmente baseada na agricultura, tendo a cana-de-açúcar como destaque.

A reportagem procurou a direção da Usina, mas não obteve retorno. Foi informada de que a pessoa responsável pela gerência, José Aparecido, não estava no local. A usina é uma das mais expressivas no Paraná, e contribuiu com o crescimento da cidade de Porecatu. Desde a década de 70, o local pertence à família Atalla. Na região do Paranapanema também cultiva-se café e há criação de gado.

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