Funcionários da Caixa fazem novos protestos

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana promoveu na manhã de ontem novo protesto, em frente à agência da Caixa Econômica Federal da Praça Carlos Gomes, em Curitiba. Além da questão salarial, os bancários reclamam do excesso de trabalho. É que com o pagamento do crédito complementar do FGTS pela CEF, desde junho último, os funcionários estão tendo uma carga horária maior.

“Com o pagamento do FGTS, as jornadas de trabalho ficaram insuportáveis”, denuncia a presidente do sindicato, Marisa Stédile. “Tá certo que tem a remuneração, mas há também a questão da saúde, que fica comprometida”, completa. O bancário Geraldo da Silva, funcionário da CEF há 20 anos, concorda. Segundo ele, é cada vez maior o número de bancários lesionados, estressados e que recorrem a tratamentos psicológicos. “Com a ameaça de demissão, salários sem reajuste e cobrança por parte da empresa, a situação piora”, diz. Com relação ao excesso da carga horária, Geraldo conta que há situações em que o funcionário, cuja jornada é de seis horas por dia, pula para 12 horas.

Os funcionários da CEF também reclamam da falta de reajuste salarial nos últimos oito anos. As perdas salariais no período, segundo a presidente Marisa Stédile, ultrapassa a 50% , enquanto a inflação acumulada no mesmo período foi de 107%. “Enquanto isso, a área gerencial se auto-reajustou em até 70%, no mês passado”, protestou.

Paralisação

A presidente do sindicato ressaltou que os sucessivos protestos são apenas uma advertência. No próximo dia 24, os bancários se reúnem em São Paulo para decidir se realizam, ou não, paralisação de 24 horas prevista para o início de setembro. Com base nos dados do Índice de Custo de Vida, levantado pelo Dieese, o reajuste pretendido é de 19,67%. “Se a inflação de agosto for maior do que a projetada, esse índice vai subir”, advertiu.

Aposentada faz reclamação

O descontentamento em frente à agência da Caixa, ontem de manhã, não era apenas por parte dos funcionários. A aposentada Osvaldete da Silva, 61 anos, perdeu a paciência quando tentava entrar na agência Carlos Gomes. Segundo informações da atendente, as senhas para retirar o complemento do FGTS já tinham acabado. Foram 180 senhas distribuídas desde às 7h30, e às 9h elas já tinham se esgotado. “Vim na segunda-feira, e me disseram para voltar hoje às 9h. Voltei e não vou ser atendida de novo?”, indagou. Ela contou que tem R$ 280,00 para retirar, referentes ao complemento do FGTS. “Fazem tudo errado, cada um dá uma informação diferente”, protestou.

A CEF informa que está atendendo em horário especial os idosos que têm direito a receber o reembolso do FGTS nos planos Verão e Collor. Trabalhadores com mais de 70 anos são atendidos das 8h às 18h. E de acordo com o calendário, no plantão do próximo sábado, dia 17, recebem os idosos com direito a até R$ 100,00 que nasceram no mês de fevereiro. (LS)

Serviço: Maiores informações sobre o complemento do FGTS, através do fone 0800-550101 ou do site www.caixa.gov.br

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