FMI pede que AL reduza dívidas

A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Anne Krueger, pediu à América Latina para reduzir sua dívida pública e melhorar sua posição fiscal antes que se concretize o previsto cenário de aumento de taxas de juros nos EUA. De acordo com ela, os países devem aproveitar o crescimento global estimado para realizar reformas urgentes. “O mundo está em um bom momento, gerando a oportunidade” para os ajustes necessários “antes da próxima alta das taxas de juros”, avaliou.

Krueger, que falou ontem antes das reuniões do final de semana do Fundo e do Banco Mundial, em Washington, disse que muitos países já fortaleceram suas posições de dívida conseguindo empréstimos a mais longo prazo ou em moeda local.

“Na minha opinião, o provável aumento das taxas de juros em todo o mundo será bastante gradual. Haverá tempo para ajustar-se”, apontou.

Ela ressaltou que muitos países, além de reduzir seu endividamento, têm trabalhado com afinco e de maneira apropriada para reestruturar sua dívida, torná-la doméstica e estender o vencimento de bônus.

O FMI previu anteontem em seu relatório sobre a economia global que a América Latina crescerá 3,9% este ano, mas advertiu que a região continua vulnerável ao clima financeiro mundial e a deslizes de políticas domésticas.

No que diz respeito ao Brasil, o estudo do Fundo destaca que, após um fraco crescimento do PIB brasileiro em 2003, a recuperação deve se consolidar neste ano.

Contudo, adverte que a alta dívida pública brasileira -cerca de 80% do PIB em termos brutos – “permanece sendo uma vulnerabilidade significativa, particularmente no evento de uma deterioração das condições do mercado financeiro ou de deslizes políticos que minem a confiança do investidor”.

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