FMI estima superávit em 4,75% do PIB

Londres (AE) – A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, disse ontem que o superávit primário projetado para o Brasil em 2005 é de 4,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse número já vinha circulando nos bastidores de Brasília desde o pico da crise em torno da permanência do ministro da Fazenda Antônio Palocci, no mês passado, mas é a primeira vez que uma autoridade o cita publicamente. Ao discursar durante um seminário em Sydney, na Austrália, ela afirmou também que o governo pretende tocar adiante o processo de reformas estruturais.

Ela ressaltou o caso brasileiro ao analisar a importância do Fundo na resolução de crises financeiras. ?Muito já foi conquistado no Brasil e já podemos ver as recompensas por uma estrutura macroeconômica sólida em termos de crescimento e espaço para a redução da pobreza?, disse Krueger, lembrando que o governo anunciou nesta semana a antecipação do pagamento de sua dívida com o Fundo. ?Há ainda espaço para avanços e o governo está trabalhando em novas reformas estruturais.?

Ela lembrou que, durante a crise nos mercados brasileiros antes da eleição presidencial de 2002, um programa de apoio do Fundo ao País foi aprovado, com os três principais candidatos se comprometendo a manter a política monetária e fiscal, juntamente com uma agenda de reformas. ?O resultado tem sido uma impressionante transformação dos fundamentos econômicos do Brasil?, disse. ?O regime cambial flutuante, que já tinha sido adotado, sem dúvida ajudou a amaciar o processo de ajuste.? Segundo ela, ?as políticas fiscais prudentes – incluindo um superávit primário de 4,6% do PIB em 2004 e um superávit projetado de 4,75% neste ano – abriram caminho para um crescimento mais rápido e a queda da inflação?.

?O crescimento se acelerou no ano passado para quase 5% e está previsto para vir em torno de 2,6% neste ano, enquanto a inflação caiu de quase 15% em 2003 para 6,6% no final de 2004 e está projetada para estar em 5,5% até o final deste ano?, disse. ?As taxas de juros têm sido reduzidas e estão agora de volta aos níveis que prevaleciam antes da turbulência do mercado em 2002.?

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