Fipe mantém projeção de 0,39% para IPC de maio

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) manteve nesta sexta-feira sua projeção de uma taxa de 0,39% para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do encerramento de maio na capital paulista, apesar da desaceleração da inflação medida pelo indicador na terceira quadrissemana do mês. O IPC desacelerou 0,07 ponto porcentual ante a segunda apuração e fechou a terceira leitura de maio em 0,41%, ligeiramente abaixo da previsão da Fipe, de 0,45%.

Para o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, apesar da expectativa de um impacto cada vez menor da alta recente nos preços dos cigarros, o grupo Despesas Pessoais vai sofrer outras contribuições, como, por exemplo, dos pacotes de viagens e dos preços de bebidas, que estão subindo. “O grupo Despesas Pessoais vai continuar tendo influência importante no IPC. Mas, naturalmente, a alta será menor em relação a abril”, disse ele, que espera uma variação de 0,96% no grupo no final de maio contra elevação de 1,94% no encerramento do mês anterior.

Outra fonte de pressão, segundo o coordenador, virá dos Alimentos, que voltaram a se acelerar na terceira quadrissemana. O grupo Alimentação subiu 0,54% contra avanço de 0,30% na leitura anterior, puxado principalmente pela desaceleração na queda dos preços do subgrupo In Natura (de -1,87% para -0,55%) e pela aceleração no subgrupo Semielaborados (de 0,79% para 1,34%).

Conforme os cálculos de Lima, o grupo Alimentação deve encerrar o mês em alta de 0,68%, um número superior ao de 0,45% observado no fechamento de abril.

Alívio com IPI – Lima prevê que o IPC deve ter alívio de 0,17 ponto porcentual entre maio e julho, em razão da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos. De acordo com Lima, a expectativa é de que o item Automóvel Novo, dentro do IPC, tenha redução de 0,88% no fechamento de maio, e quedas de 5% e 1% em junho e julho, respectivamente.

Para o coordenador do IPC, a expectativa do governo, de que, com as medidas, os preços de automóveis novos fiquem 10% mais baratos ao consumidor final, pode não se concretizar. Sua previsão é de que o desconto gire em torno de 5%. “No final de 2008 e no começo de 2009, quando houve a redução de IPI para veículos, a queda nos preços foi de cerca de 7%. Dificilmente vamos repetir essa mesma variação”, afirmou.

Se os preços de fato caírem 10%, como espera o governo, o efeito no IPC entre maio e julho será de -0,26 ponto porcentual nos cálculos do economista.

Lima explicou que, ao contrário do mercado de tabaco, em que o varejo segue estritamente a tabela fornecida pelos fabricantes, o setor de veículos pode não captar as decisões na mesma medida. “Normalmente, as concessionárias têm poder de negociação, o que não é visto com os cigarros”, afirmou.