Fila de caminhões na BR-277 reduziu, mas não houve acordo

A fila de caminhões na BR-277, sentido Paranaguá, diminuiu um pouco ontem. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 16 quilômetros de fila no final da tarde, enquanto no dia anterior chegou a quase 20 quilômetros.

A situação é ocasionada por dois fatores: o primeiro é a operação padrão que os trabalhadores avulsos do porto estão fazendo desde a manhã da última quarta-feira; a segunda é a suspensão de quatro ordens de serviço por parte do Conselho de Autoridade Portuário de Paranaguá (CAP), também no porto. As ordens regulamentam a logística para descarga de grãos, ou seja, os caminhões só podem descarregar se houver um navio atracado esperando o produto. Portanto, sem as ordens esse sistema foi extinto, o que contribuiu com a fila.

O embarque de grãos no setor de exportação, por sua vez, já foi normalizado, segundo a assessoria de imprensa do porto. Os seis shiploaders que estavam paralisados na quarta-feira voltaram a operar. Os trabalhadores avulsos (estivadores, vigias, arrumadores, consertadores, bloco e conferentes) estão atendendo apenas dois caminhões por hora, enquanto que o normal seriam 70 veículos. Eles reivindicam que o Ogmo (Órgão de Gestão de Mão-de-Obra do Trabalho Portuário Avulso do Porto) volte atrás na discussão da carga horária das categorias. Os sindicalistas afirmam que os trabalhadores estão tendo que cumprir uma carga horária de 6 horas por 18 de folga, enquanto que anteriormente faziam 6 por 11. Os funcionários dizem que mesmo o 6 por 11 ?não compensa?, pois o trabalhador avulso não tem vínculo empregatício e ganha por produção.

Segundo a assessoria do porto, o setor de desembarque de fertilizantes também está lento em função da operação padrão. Conforme explica a assessoria, os avulsos estão retirando um grab (espécie de carregador instalado na ponta de um guindaste utilizado para descarregamento de cargas a granel) a cada 40 minutos de cada navio, quando o normal seria a retirada de um grab por minuto.

Hoje, uma audiência pública entre representantes da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná e do Ministério Público Estadual deverá discutir irregularidades trabalhistas no setor portuário. A audiência vai acontecer no auditório da Prefeitura de Paranaguá, às 9 horas. Ontem, a reportagem tentou novamente conversar com representantes do Ogmo, mas não obteve retorno.

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