Fiesp: aumenta a confiança no emprego industrial

A melhora da confiança dos empresários paulistas com relação ao emprego industrial foi um dos destaques da pesquisa Sensor/Fiesp divulgada hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O índice Emprego da pesquisa subiu a 54,2 pontos na segunda quinzena de julho, melhor leitura desde julho de 2008, quando marcou 54,7 pontos.

“A tendência é de elevação do emprego”, afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp. “Depois da forte queda no primeiro semestre, a expectativa é de estabilização em julho e lento crescimento a partir de agosto”. Desde a eclosão da crise econômico-financeira internacional, o emprego industrial foi o mais afetado no País.

O Sensor/Fiesp geral atingiu 53,9 pontos, ante 52,9 pontos na primeira quinzena do mês. Com variação de 0 a 100 pontos, o indicador aponta otimismo quando está acima de 50. Abaixo disso, há pessimismo.

Francini destacou que uma das características do impacto da crise no Brasil foi o fato de o desemprego ter afetado a indústria de forma severa, mas sem se espalhar na mesma intensidade por outros setores da economia, como ocorreu em outros países, como os Estados Unidos. “Estávamos preocupados com o ‘efeito contágio’, mas isso não ocorreu. Nos EUA, a taxa de desemprego triplicou, porque todos os segmentos foram afetados”, disse.

Não fossem os setores econômicos de comércio e serviços, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostraria números piores que os atuais, afirma Francini. De janeiro a junho, o Caged registrou a geração de 299.506 empregos formais, número 78% inferior ao do primeiro semestre de 2008, quando foram abertas 1.361.388 novas vagas com carteira assinada. “A indústria perdeu mais de 500 mil empregos na crise”, lembrou.

Outros destaques do Sensor/Fiesp foram os segmentos Mercado e Vendas. O índice do primeiro foi a 62,5 pontos na segunda quinzena de julho, ante 59,7 pontos na primeira semana. O índice Vendas subiu a 58,6 pontos, ante 57,4 pontos, na mesma base de comparação. O quesito Estoques ainda é fraco, com 41,6 pontos – ou seja, abaixo da linha considerada otimista.

Ano negativo

Apesar da melhora das expectativas dos empresários do setor, a Fiesp manteve a previsão de queda de 7% a 8% na produção industrial em 2009, por conta da forte retração das exportações, na ordem de 30% a 35%. Para Paulo Francini, esta é uma variável que não vai mais se recuperar neste ano.

Ele ponderou, contudo, que mesmo essa expectativa negativa pode ser considerada sob um ponto de vista positivo. Isso porque o Indicador do Nível de Atividade (INA) registra queda de 14,1% no primeiro semestre. “Se terminarmos 2009 com ‘apenas’ 8%, isso significa um avanço em relação a aqueles 14%”. O INA mensal vem melhorando desde março de forma gradual. Em junho, o INA com ajuste sazonal cresceu 2,0% em relação a maio.

Referindo-se à taxa de desemprego e a uma eventual queda de 0,5% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2009, conforme previsão da Fiesp, Francini avaliou que o País estará em situação melhor que outras nações ao final do ano. “Se este for o preço a pagar pela crise, ele será baixo, na comparação com outros países”, avaliou.

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