Fiep entrega propostas a Lula

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, apresentou ontem, em Brasília, documento com 10 propostas para alteração da política econômica do governo federal e desenvolvimento do País. As sugestões foram discutidas na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República, que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Antônio Palocci (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Indústria e Comércio), além do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Entre as proposições estão mudanças nas políticas públicas relacionadas ao “spread” bancário, às taxas de juros e à desindexação da economia. “O País está dividido entre o setor produtivo, que quer atuar como protagonista do desenvolvimento e influir na política econômica e o sistema financeiro, que ainda defende uma linha mais ortodoxa de condução da economia nacional”, afirma Rocha Loures.

“O conjunto de proposições pode recuperar o vigor do setor produtivo nacional. A garantia do crescimento sustentável da economia brasileira, com estabilidade de preços, exige adequado sistema de intermediação financeira que canalize recursos para o setor produtivo”, afirmou o presidente da Fiep.

Para Rocha Loures, a melhoria do sistema financeiro brasileiro criará condições para a transferência de recursos ao setor produtivo, estimulará o espírito empresarial, alocará empréstimos com prazos compatíveis e captará poupança externa para complementar as necessidades de investimento interno.

Os 10 pontos defendidos pelo Paraná

São as seguintes as principais sugestões da Fiep ao governo federal, elaboradas em conjunto com a recém-criada Academia Paranaense de Desenvolvimento, que congrega doutores das principais universidades do Paraná:

1 – Adotar metas de inflação constantes ou levemente declinantes, evitando assim que elevações da taxa Selic inibam a manutenção da retomada do crescimento econômico;

2 – A autonomia operacional do Banco Central deve limitar-se aos instrumentos de política, ficando a definição de metas de inflação para o Conselho Monetário Nacional;

3 – Incluir no Conselho Monetário Nacional membros dos diversos setores produtivos do País;

4 – O Banco Central deve apresentar um programa efetivo e definido para reduzir as margens operacionais do sistema bancário;

5 – Reduzir o peso da tributação incidente nas operações financeiras para o setor produtivo;

6 – Adotar medidas visando a redução dos custos de inadimplência;

7 – Reduzir progressivamente os depósitos compulsórios, premiando os bancos que melhor atuem na redução dos “spreads”;

8 – Negociar a desindexação dos contratos de serviços públicos, reforçando o papel do mercado, das agências reguladoras, e eliminando privilégios;

9 – Adotar um padrão de núcleo de inflação para reduzir o impacto de choques externos, uma vez que neste caso a política de juros é ineficaz;

10 – Evitar a valorização do real, garantir a promoção de exportações e adotar política tributária favorável à reinversão dos lucros pelas empresas.

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