FGV: IPC-S deve desacelerar para 0,40% em fevereiro

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deve desacelerar de 0,99% em janeiro para 0,40% em fevereiro, estima a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o coordenador do indicador, Paulo Picchetti, o movimento será causado, principalmente, pelo fim da influência exercida pelos reajustes do setor de educação.

“Apenas o item cursos formais teve contribuição de 0,24% no avanço de 0,99% do IPC-S em janeiro. A saída desta fonte de pressão já ajuda a baixar o índice”, afirmou o economista. O grupo Educação, Leitura e Recreação terminou a última quadrissemana do mês com aumento de 4,47%.

Outra contribuição negativa em fevereiro virá do grupo Alimentação, principalmente dos alimentos in natura, que já ajudaram a limitar a alta do IPC-S em janeiro. “Por enquanto não existe nenhum sinal que mostre o contrário, já que choveu pouco e não houve choque de oferta no início do ano”, disse Picchetti.

O tomate, por exemplo, vilão da inflação em boa parte do ano passado, teve queda de 11,98% na última leitura de janeiro, enquanto a batata inglesa recuou 3,28%. Os dois produtos figuram entre as principais contribuições negativas do IPC-S no mês. O grupo Alimentação subiu 0,93% na última quadrissemana de janeiro, alta inferior aos 2,18% registrados no mesmo período de 2013.

Picchetti também acredita que a variação de preços do cigarro, que integra o grupo Despesas Diversas, possa ajudar a desacelerar o IPC-S em fevereiro. De acordo com o economista, o item subiu ao longo de todo o mês de janeiro, refletindo o reajuste praticado pelas empresas do setor no fim do ano passado, e terminou o mês com elevação de 6,03%, contribuindo com 0,07% no avanço do IPC-S de janeiro. “O índice em fevereiro ainda vai refletir a alta dos preços do cigarro, mas em menor intensidade do que o verificado em janeiro. O repasse vai se diluindo.”

De acordo com Picchetti, a estimativa da FGV para o IPC-S em 2014 está mantida em 5,90%.