FGV informa que preço de alimentos puxa inflação na semana

Uma série de elevações de preços "espalhadas" pelo setor de alimentação no varejo levou à taxa maior do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que subiu 0,34% no indicador de até 7 de agosto, ante alta de 0,28% no índice anterior, de até 31 de julho. A avaliação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e coordenador do índice, André Braz. De acordo com ele, uma combinação de vários fatores diferentes levaram à aceleração de preços no grupo Alimentação (de 1,26% para 1,48%), determinante para a elevação mais intensa do indicador.

Dos 21 itens pesquisados no setor de alimentação pela FGV, 12 apresentaram aceleração de preços, na passagem do IPC-S de até 31 de julho para o índice de até 7 de agosto. Braz disse que, na prática, três fortes causas levaram ao aumento mais intenso nos preços dos alimentos no varejo. A primeira delas foi a deflação mais fraca de preços no segmento de hortaliças e legumes (de -6,42% para -3,82%), que até pouco tempo estavam contribuindo para a desaceleração na elevação de preços no setor de alimentos. "O comportamento de preços nesse segmento é sempre muito errático, muito volátil", lembrou o economista.

Outra forte razão para os alimentos mais caros foi a queda menos intensa nos preços de adoçantes (de -2,45% para -1,97%). Isso porque o período de safra de cana-de-açúcar, que conduziu a uma excelente oferta dos derivados da cana no mercado interno, está acabando. Alguns produtos, que experimentavam queda intensa de preços, começam a registrar deflações mais fracas. É o caso de açúcar refinado (de -3,30% para -3,14%); e açúcar cristal (de -3 59% para -2,02%).

Por último, a disparada na alta de preços das carnes bovinas (de 3,92% para 4,31%) também contribuiu para a inflação mais intensa no grupo Alimentação. Braz lembrou que começa o período de entressafra na carne bovina. "E não é somente isso. O setor de carne bovina foi afetado pelos mesmos problemas do setor de leite (ainda com problemas de demanda maior do que oferta), como períodos de seca forte a prejudicar os pastos, e a alimentação do gado", acrescentou.

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