FGV: inflação da 3ª idade deve fechar ano mais baixa

A inflação percebida pelos idosos deve encerrar ao ano com uma taxa menor do que o acumulado dos últimos 12 meses até o terceiro trimestre deste ano, segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Hoje, a fundação anunciou o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que abrange famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade e renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O índice acumula alta de 5,22% no período de 12 meses até setembro. Para o economista, esse resultado acumulado deve desacelerar nos últimos meses do ano, e encerrar 2009 com taxa anual inferior às apuradas em 2007 (5,04%) e em 2008 (6,35%), perdendo apenas para a de 2006 (2,26%).

Para o economista da fundação, alimentos e tarifas públicas com preços “mais comportados” ajudaram o IPC-3i a manter resultados menos pressionados este ano. “No caso do setor de alimentação, os mais importantes aumentos que tivemos este ano foram relacionados aos produtos in natura, ou seja, de impacto sazonal e passageiro”, acrescentou.

O índice subiu 0,86% no terceiro trimestre, ante 1,15% registrado no segundo trimestre. “A taxa do quarto trimestre do ano passado foi de 1,60%. O IPC-3i do quarto trimestre deste ano deve ser menor do que isso”, comentou Braz. Na avaliação do economista, nos últimos meses do ano, os preços dos alimentos não devem subir muito. Isso porque alimentos de peso no cálculo da inflação do idoso, como soja, milho e trigo, mostram desaceleração e quedas de preço no atacado. “Estes alimentos têm uma cadeia de derivados longa no varejo, e pesam muito no bolso do consumidor idoso”, afirmou. Além disso, não estão previstos reajustes expressivos nos preços de tarifas públicas que possam impulsionar para cima a inflação do último trimestre do ano.