FGV: demanda atual eleva confiança do setor de serviços

A avaliação dos empresários do setor de serviços sobre a demanda atual em fevereiro deste ano foi a melhor para um mês de fevereiro em dois anos. Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Jorge Braga, as respostas dos empresários do setor sobre este tema, dentro da Sondagem do setor de Serviços, iniciada em junho de 2008, foram as melhores da série para um mês de fevereiro. “Mas é importante destacar que, em fevereiro de 2009, estávamos ainda convivendo com os efeitos da crise global”, disse, comentando que a insatisfação com a demanda naquele momento deveria ser grande, tendo em vista os efeitos negativos da crise global na economia brasileira.

Ele comentou que as boas respostas sobre a demanda atual foram fundamentais para o avanço de 4,5% no Índice de Confiança do Setor de Serviços (ICS) de janeiro para fevereiro deste ano. O indicador é calculado com base nas respostas apuradas pela sondagem. De acordo com Braga, entre os sete segmentos pesquisados pela fundação, os que mais contribuíram para o aumento da confiança do setor, no período, foram serviços de informação (como telecomunicações); serviços prestados às empresas; e serviços de transporte e correio.

Mas o especialista fez uma ressalva. O salto de 4,5% do ICS foi muito influenciado por fatores sazonais. Ele comentou que o mês de janeiro registrou uma queda de 3% no indicador, contra dezembro. Ou seja: a base de comparação, referente ao mês de janeiro, era baixa, o que impulsionou o aumento em fevereiro.

Braga comentou, no entanto, que mesmo com o efeito sazonal, é possível perceber que o aumento registrado no ICS de janeiro para fevereiro foi maior do que os apurados nos mesmos períodos para 2009 (3,1%) e 2010 (1,7%). “Isso mostra que, mesmo com os fatores sazonais, houve um avanço na confiança e na satisfação dos empresários do setor, no período”, avaliou.

Para os próximos meses, Braga comentou que a trajetória do setor deve seguir de perto o ritmo da atividade econômica. Ele lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de serviços mostrou, em sua evolução trimestral ao longo de 2010, que o ritmo de atividade do setor está desacelerando. Braga afirmou que, caso a evolução do PIB de serviços continue a mostrar uma tendência de aderência à trajetória do ICS, é possível que o PIB do setor mostre, no primeiro trimestre deste ano, uma posição de acomodação. “Nós vimos que, durante a crise, alguns setores sofreram muito. Mas serviços não foi tão afetado. O ritmo do setor de serviços começou a desacelerar no ano passado”, disse.

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