Fed diz que economia evolui, mas inflação preocupa

Na reunião de política monetária de 15 de março, os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) julgaram que a economia do país estava ganhando impulso, mas destacaram o potencial de impacto negativo associado à elevação rápida dos preços das commodities (matérias-primas) nas expectativas de inflação, nos gastos dos consumidores e nos investimentos das empresas. “Uma elevação significativa nas expectativas de inflação para o prazo mais longo poderá contribuir para uma inflação excessiva de preços e salários, que seria custoso erradicar”, diz a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, divulgada hoje.

Durante a reunião, os participantes indicaram que a elevação dos preços de energia e de commodities haviam alimentado a recente aceleração dos índices de inflação, mas disseram esperar que essas altas sejam temporárias. Eles manifestaram, porém, a preocupação de que os consumidores e as empresas não fossem tão otimistas. “De acordo com isso, os participantes consideraram importante prestar atenção à evolução não só dos índices principais e do núcleo dos índices, como também das expectativas de inflação”, diz a ata.

Os dirigentes do Fed também discutiram as novas fontes de incerteza para a economia e notaram que “os eventos que estão se desenrolando no Oriente Médio e no norte da África, ao lado do terremoto, do tsunami e dos acontecimentos que se seguiram no Japão, fizeram crescer ainda mais a incerteza quanto à perspectiva da economia”.

Apesar dos riscos, os participantes da reunião disseram que a economia está em bases mais sólidas, com o desemprego se reduzindo, ao mesmo tempo em que os gastos dos consumidores e os investimentos das empresas mostravam sinais de melhora. Na reunião de março, o Fomc manteve a meta para a taxa dos Fed Funds.

Sobre o programa de afrouxamento quantitativo da política monetária – o plano de comprar US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA até junho -, a ata diz que “alguns participantes indicaram que as condições econômicas justificariam uma política monetária menos acomodatícia neste ano; outros notaram que a acomodação excepcional da política poderia ser apropriada para além de 2011”.

A ata também diz que o Fed está fazendo planos para uma eventual saída da atual política monetária. “à luz da incerteza quanto à perspectiva da economia, foi visto como prudente considerar possíveis estratégias de saída para uma variedade de resultados econômicos”, informa o documento.

Desde a reunião de 15 de março, vários dirigentes do Fed têm feito declarações públicas, mostrando graus variados de preocupação quanto à perspectiva da inflação e do crescimento. Essas declarações indicam que uma minoria importante dos dirigentes do Fed gostaria de encerrar o programa de afrouxamento quantitativo antes do prazo previsto e passar a elevar as taxas de juro em breve.

No entanto, o presidente do Fed, Ben Bernanke, minimizou ontem os temores sobre inflação. Ele disse que a alta dos preços globais das commodities deverá ser temporária e não deve se traduzir em um problema mais sério de inflação. As informações são da Dow Jones.

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