O faturamento das indústrias paranaenses cresceu 2,43% em fevereiro último em comparação com janeiro. Mesmo assim, as vendas acumuladas no primeiro bimestre do ano são menores que o mesmo período de 2005. A soma das vendas reais da indústria em janeiro e fevereiro de 2006 ficou 0,15% inferior em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado acumulado em 2005 nesta época era 4,61% superior em relação a 2004. Os números constam da pesquisa Indicadores Conjunturais, divulgada ontem pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
?A performance de fevereiro mostra que o horizonte de negócios da indústria paranaense para este ano continua desfavorável, pois persistem fatores de restrição para uma recuperação consistente?, observa Rodrigo da Rocha Loures, presidente do Sistema Fiep. Segundo ele, a pequena recuperação registrada em fevereiro não garante um crescimento sustentado que, para acontecer, depende da solução de entraves como o câmbio desfavorável, a elevada taxa de juros e a tributação excessiva.
O resultado mais expressivo de fevereiro foi o crescimento de 8,47% nas exportações. De acordo com o Departamento Econômico da Fiep, o desempenho positivo foi apenas uma recuperação, já que em janeiro as exportações haviam registrado queda de 24,63% em relação a dezembro de 2005. Os demais destinos das vendas paranaenses também apresentaram resultado positivo em fevereiro. As vendas para dentro do Estado aumentaram 1,67% e para os demais estados cresceram 0,44%.
Em relação aos produtos, o crescimento mais significativo no mês foi registrado no gênero ?Produtos Alimentares? (o de maior peso relativo no Estado), com um crescimento de 10,5%, acumulando no bimestre uma expansão de 16,89%. As compras apresentaram aumento na comparação com o mês de janeiro, com uma variação de 8,52%, porém ficaram 6,50% abaixo em comparação ao mesmo período de 2005.
O nível de emprego registrou expansão em fevereiro de 2,26%, porém, no bimestre, ficou 5,07% inferior ao mesmo período de 2004. A utilização da capacidade instalada da indústria manteve-se estável em 77%. As horas trabalhadas apresentaram aumento de 5,30% influenciadas pelo aumento do nível de atividade e do nível de emprego e pelo retorno das férias em janeiro.
Nacional
Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística), após um desempenho medíocre em janeiro, a indústria apresentou ótimos resultados em fevereiro e compensou as perdas registradas no primeiro mês do ano. A expansão do crédito, o aumento da renda e a queda dos juros resultaram em maior dinamismo do mercado interno, permitindo um aumento de 1,2% na produção do setor ante janeiro e expansão de 5,4% na comparação com fevereiro do ano passado.
Segundo Silvio Sales, chefe da coordenação de indústria do IBGE, com o resultado de fevereiro, o setor praticamente zera a perda de 1,3% na produção em janeiro ante dezembro e retorna ao nível do final do ano passado. Os bens de consumo foram o principal destaque nos resultados, o que, para ele, confirma que ?o mercado interno ganha destaque na dinâmica industrial?.