Falta de crédito derruba produção de bens duráveis

A produção de bens de consumo duráveis foi, entre as categorias de uso pesquisadas pelo IBGE, a que teve maior impacto de queda na produção industrial em todas as bases de comparação em novembro. Os duráveis tiveram queda na produção de 20,4% em novembro ante outubro e recuo de 22,1% ante novembro de 2007. Na comparação com novembro de 2007, os duráveis apresentaram a maior queda ante igual período de ano anterior apurada desde maio de 1999.

O coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, explicou que o mau desempenho dos duráveis ocorreu porque essa categoria é mais sensível à redução da oferta de crédito. A queda dos bens de consumo duráveis foi puxada especialmente, na comparação com novembro do ano passado, pelos automóveis (-34,2%). Segundo ele, esse setor foi o mais penalizado “pela súbita restrição de crédito internacional que teve efeitos também no Brasil”, que levou a férias coletivas e redução de produção nas empresas. Além dos automóveis, houve queda nos duráveis, ante novembro de 2007, em eletrodomésticos (-12,9%) e celulares (-4,6%).

Com um tombo expressivo de 20,4% no segmento de bens de consumo duráveis, todas as categorias de uso pesquisadas pelo IBGE registraram queda na produção industrial em novembro de 2008, na comparação com o mês anterior. Em bens de capital (máquinas e equipamentos), o recuo foi de 4%, enquanto houve declínio de 3,9% em bens intermediários. Em bens de consumo, a queda foi de 4,9% e em bens de consumo semi e não duráveis, de -0,7%.

Na comparação com novembro de 2007, a produção de bens de capital foi a única a apresentar resultado positivo (3,6%), enquanto houve queda em bens intermediários (-7,5%), bens de consumo (-7,4%), bens de consumo duráveis (-22,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (-2,8%).

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