Crescendo

Exportação de milho por Paranaguá dobra no primeiro semestre

A colheita da segunda safra de milho começou só agora, mas o volume exportado este ano já surpreende. Segundo dados do departamento de estatística da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), no primeiro semestre deste ano a exportação de milho pelo Porto de Paranaguá praticamente dobrou em comparação com o mesmo período de 2011, passando de 440 mil para 868 mil toneladas exportadas.

“Os números nacionais apontam um volume de 17 milhões de toneladas de milho para exportação, até o final do ano. Desse total, 5 milhões devem sair do País por Paranaguá. É um volume cem por cento superior ao que o Porto exportou no ano passado”, afirma o diretor empresarial da Appa, Lourenço Fregonese.

Até agora, o País exportou mais de 1,8 milhão de toneladas de milho – quase 135 mil toneladas apenas no mês de junho. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Preços

Mesmo com previsão de safra recorde para este ano no Paraná – algo em torno de 10 milhões de toneladas – a expectativa é que os preços se mantenham. “Apesar de a oferta do produto estar se mostrando grande e, por conta disso, os preços estarem pressionados, a tendência é que isso se reverta face à quebra da safra norte-americana”, prevê o economista Marcelo Garrido, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Segundo ele, o produtor paranaense deve receber em torno de R$ 20 pela saca do milho.

A colheita da segunda safra de milho começou em maio e se intensifica em julho, mas tem picos em agosto e setembro. De acordo com o Deral, os produtores paranaenses colheram até agora apenas 5% do milho safrinha. Porém, 20% da colheita já estão vendidos. “Este ano tivemos alteração no calendário agrícola. O paranaense plantou seu milho dez dias antes, até para evitar o período mais crítico de geada”, explica Garrido.

De janeiro a junho, ainda de acordo com o técnico do Deral, a exportação do milho brasileiro gerou receita de U$ 470 milhões. Para o Paraná, foram US$ 180 milhões no mesmo período. Ou seja, o Estado teve uma participação de 38%. “Essa participação é muito maior que a média do ano passado, que não passou de 16%”, afirma Garrido.

A expectativa é que a exportação do milho safrinha aumente no segundo semestre, caso se confirme a quebra da safra norte-americana, em decorrência da drástica seca.