Falta investimento

Exploração mineral é carente de estímulo no Estado

O diretor presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) Paulo Camillo Vargas Penna, criticou a falta de políticas públicas que incentivem a investigação geológica no País.

Ele esteve participando, anteontem, da abertura do 3.º Seminário da Indústria Mineral Sustentável do Paraná, em realização em Curitiba. Segundo ele, esse é um dos principais entraves que impedem o pleno desenvolvimento da atividade mineradora no Brasil, dificultando a concorrência com outros países produtores.

Segundo Penna, os investimentos em investigação geológica no Brasil vêm crescendo, tendo passado de cerca de US$ 80 milhões para US$ 500 milhões em seis anos.

“Foi um salto significativo, de mais de 500%, mas é muito pouco perto dos outros países com os quais o Brasil compete no mercado internacional”, disse o presidente do IBRAM, entidade que congrega 182 empresas, responsáveis por 85% da produção mineral brasileira. “Falta uma política nacional de mineração, o que inibe terrivelmente a nossa capacidade de aumentar a investigação geológica no País. Há a absoluta necessidade de se estabelecer políticas de fomento e de crédito para que essa indústria possa crescer no Brasil”, acrescentou.

Crescimento que, de acordo com Penna, resultaria em um forte desenvolvimento econômico para o País. “Para cada emprego gerado na indústria da mineração, são gerados em média outros 13 empregos ao longo das diversas cadeias produtivas. A mineração tem uma grande capacidade de se articular com outras atividades econômicas, como a indústria da construção civil, a indústria automobilística e outras indústrias que possuem grande capacidade para gerar empregos, renda e impostos”, justificou.

O Paraná produz vários minerais, como o calcário agrícola, o cal, a cerâmica vermelha (tijolos e telhas), minerais não-metálicos (como o talco, por exemplo), cimento, rochas ornamentais, areia, entre outros.

O setor movimentou cerca de R$ 383,7 milhões no estado, em 2009. O destaque maior fica com o calcário agrícola e o cimento, que concentram o maior volume de produção (20% da produção nacional de calcário agrícola ocorre no Paraná).

O calcário agrícola, o cimento e a cerâmica vermelha também têm destaque. Em todos os tipos de minerais, o faturamento cresce no estado, ano a ano, até 1,5% em relação ao PIB.

“O setor é bastante representativo na economia, pois se pensarmos que o PIB industrial do setor automotivo, por exemplo, fica em 8%, então 4,8% é considerável”, comenta o coordenador do Conselho Setorial da Indústria Mineral na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Cláudio Grochowicz.

Na sua maioria, o setor está pulverizado em micro e pequenas empresas no Paraná. Muitos são os desafios dos mineradores no estado, até porque a área envolve demandas de cunho ambiental, que é o que mais tira o sono deles.

“Estamos cada vez mais buscando o equilíbrio com atitudes sustentáveis, já que não é possível viver sem os minerais. Quando você entra no seu carro, por exemplo, muita coisa é feita de minerais”, observa o executivo do Sindicato da Indústria de Cal do Paraná, do Sindicato da Indústria de Extração de Mármores, Calcáreos e Pedreiras no Estado do Paraná (Sindecap) e da Associação dos Produtores dos Derivados de Calcário (APDC), Fábio Pini.

Para ele, outro problema hoje é a legislação. “As leis são iguais para os pequenos e para os grandes, como uma Petrobrás, por exemplo, e isso tem que mudar, é preciso separar”, opina. A programação da Feira e outras informações podem ser obtidas no site www.montebelloeventos.com.br/expominerais o pelo telefone 41-3203-1189.

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