EUA podem apoiar Brasil contra Argentina

Genebra (AE) – Começa a correr o prazo para que o governo dos Estados Unidos também peça para participar das consultas com o Brasil por causa das sobretaxas impostas pelo País no comércio da resina PET. Ontem, a Organização Mundial do Comércio (OMC) circulou a todos os países o pedido feito pela Argentina para abrir um caso contra o Brasil por sofrer barreiras de até US$ 641,00 por tonelada do produto. Como os americanos também sofrem essa sobretaxa para entrar no mercado brasileiro e como os argentinos abriram uma brecha para a participação de outros países, Washington terá o direito de também fazer parte da disputa.

A Casa Branca tem até o dia 19 para fazer seu pedido se também quiser questionar a sobretaxa brasileira. Tanto a empresa na Argentina como as companhias que exportam dos Estados Unidos são de capital americano. Para o Brasil, porém, elas praticavam dumping ao vender para o mercado brasileiro a resina com preços inferiores aos que cobravam em seus próprios mercados. A resina é usada para engarrafar refrigerantes e outros líquidos.

Enquanto espera por uma definição dos americanos, o Itamaraty quer ganhar tempo. O governo ainda não respondeu aos argentinos sobre a data de realização das consultas e prefere que a reunião ocorra apenas no final do mês para que advogados e o setor privado possam organizar a defesa. Os argentinos sugerem que o encontro ocorra nos dias 18 e 19, justamente nas datas da Cúpula do Mercosul, em que se reunirão os presidentes dos países do bloco.

O Brasil prefere a segunda opção dada pelos argentinos, e que seria no final do mês. A primeira fase do processo é a de consultas, em que os países tentarão encontrar uma solução sem o envolvimento de árbitros internacionais. Se um acordo não conseguir ser fechado, a OMC é convocada a indicar árbitros que irão julgar os argumentos dos países envolvidos e definir se o Brasil precisa ou não retirar a sobretaxa. Os argentinos haviam enviado o pedido de consultas com o Brasil no dia 26 de dezembro, quando a OMC estava fechada.

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