Bioenergia

Etanol: vitrine das tecnologias brasileiras para o mundo

Combustível da moda, o etanol ganha destaque na Feira de Tecnologia em Bioenergia na Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). O Brasil é um dos países com maior produção e desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao etanol.

Somente o setor sucroalcooleiro brasileiro investiu entre 2005 e 2009 R$ 20 bilhões em novas usinas, expansão e modernização. A queda nos investimentos ocorreu no último ano, pois a indústria atingiu seu limite de crédito, reflexo da crise que assolou o mundo em 2008.

Já para o consumidor a melhoria nas tecnologias de combustíveis possibilitou uma saída para abastecer o carro. A tecnologia flex desenvolvida no País é hoje exportada e copiada por outros países, principalmente da Europa, como saída para a crise do petróleo. Principal combustível usado no mundo.

Mesmo com a melhoria nas tecnologias de produção do etanol, o seu custo nas bombas ainda é muito alto. Isso acontece, segundo Marlon Arraes Jardim Leal, do Ministério de Minas e Energia (MME), por causa de uma queda na produção de cana-de-açúcar gerada pela seca na safra 2009/2010, já na safra 2010/2011, o que contribuiu para essa alta foi o excesso de chuvas que culminaram numa redução na safra de cana.

A safra 2011/2012 ainda sofre com a seca e excesso de chuvas das últimas duas safras. De acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), essa combinação derrubou a produtividade das lavouras em 20,2% em relação a 2010. Além disso, há ainda o subaproveitamento da cana, estimada em 15%.

“Isso roubou a cana que seria destinada para a produção do Etanol”, afirmou Leal. O preço do combustível, ao contrário do que é ventilado pela mídia, não é calculado de acordo com o preço da gasolina, mas sim por uma série de outros fatores, como o preço do açúcar. Uma saída apontada por Leal é um maior investimento nas tecnologias disponíveis, além do aumento nas áreas de cultivo da cana no País.

A demanda por combustível cresceu 7,3% somente no último ano, bem acima do Produto Interno Bruto (PIB), que teve um crescimento de apenas 3%. Um estudo encomendado pelo MME indica uma predileção pelo combustível nacional. “A sociedade quer usar o biocombustível, mas com um preço que ela possa pagar”, afirma Leal.

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