Estatais e governos determinaram superávit em junho

O desempenho positivo das empresas estatais, especialmente as federais, e dos governos regionais foi determinante para que o setor público apresentasse superávit primário (economia do governo brasileiro para o pagamento de juros da dívida pública) no mês de junho. Enquanto o governo central (composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) teve déficit de R$ 1,137 bilhão, refletindo a queda na arrecadação e o aumento de gastos do governo federal, as estatais tiveram saldo positivo de R$ 1,989 bilhão, o melhor para o mês desde 2002, sendo que o desempenho da Petrobras não é mais contabilizado nas contas públicas.

Já os governos regionais contribuíram com uma economia de R$ 2,523 bilhões, volume que, olhando-se a série, não é alto – foi o menor resultado para o mês desde 2006. Porém, dado o contexto de déficits do governo central, o resultado não pode ser desprezado. Os municípios tiveram o maior superávit do mês na série (R$ 697 milhões), enquanto os Estados tiveram o menor resultado para o mês desde 2006 (R$ 1,827 bilhão). “A despeito da crise, pode-se dizer que os Estados não prejudicaram as contas”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Altamir avaliou que os resultados primários do setor público, que estão bem mais baixos do que os verificados no ano passado e que no semestre registrou o pior superávit desde 2002 e no mês o mais baixo para junho desde 2003, não são tão assustadores quanto pareceriam. “Os resultados não são tão absurdos quanto parecem à primeira vista, pois já houve resultados piores, sem a crise que estamos vivendo hoje”, argumentou o técnico do BC, que diz confiar no cumprimento da meta fiscal deste ano, que é de superávit primário de 2,5% do PIB ou 2%, caso sejam descontadas as obras do Projeto Piloto de Investimentos (PPI).

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