Estados vão aumentar a produção de álcool

Aumentar a produção de álcool no País, criar empregos e, sobretudo, abrir mercados para o produto são alguns dos objetivos da Coalização de Governadores Pró-Etanol, formada ontem, em Curitiba, por representantes de 19 Estados produtores de cana-de-açúcar. Os mercados externos que os produtores nacionais têm em vista são sobretudo os dos Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul, Tailândia, China e Índia. A próxima reunião deve ser realizada em São Paulo, no dia 24 de outubro.

“A coalizão pode ser uma alavanca importante para desenvolver o mercado”, afirmou o presidente da União das Agroindústrias Canavieiras de São Paulo, Eduardo Pereira de Carvalho. “Não estamos aqui para pedir subsídio, preços garantidos, privilégios. Estamos aqui para oferecer à Nação um enorme potencial de desenvolvimento, pois o Brasil precisa que sejamos capazes de gerar empregos e tirá-lo da situação em que está.”

Mas um pedido o setor sucroalcooleiro deve colocar em discussão na mesa de reuniões da coalizão. “Espero que acertem a difícil situação do ICMS do álcool hidratado”, pediu Carvalho. “É um comércio extremamente complicado, no qual há o maior nível de sonegação e a bandidagem é muito grande.” Segundo ele, a coalizão deverá ser útil ainda para melhorar a infra-estrutura do País, ampliar o mercado interno e, principalmente, ajudar na abertura de mercados.

Segundo o vice-presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Paulo Zanetti, o Japão já admite a mistura de até 3% de álcool na gasolina e a medida passa por testes na Coréia do Sul. Outros países que já têm essa adição são Estados Unidos, México, China e Índia. Mas o assunto passa a ser discutido mundialmente em razão das exigências ambientais. “Como o Brasil não tem tradição na exportação de álcool, o endosso dos governadores é fundamental”, afirmou.

Na última safra, o Brasil produziu 12,4 bilhões de litros de álcool. Mas menos de 5% são exportados – e para uso no setor industrial. Sentindo o mercado promissor para o álcool carburante, os Estados Unidos também se preparam para duplicar sua produção anual de 8 bilhões de litros de álcool proveniente do milho, que, segundo Zanetti, tem custo 60% superior ao proveniente da cana-de-açúcar.

“O que nós precisamos é assegurar aos compradores que somos capazes de garantir o fornecimento”, disse o governador Roberto Requião. Segundo ele, a coalizão recebeu o apoio da ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.

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