Escola deve aumentar 6%, em média

A mensalidade escolar deve aumentar cerca de 6% no próximo ano letivo, segundo estimativa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR), que representa cerca de 1,8 mil escolas. O índice varia de estabelecimento para estabelecimento e é baseado na projeção dos gastos – custos e investimentos – para o ano seguinte. Segundo as instituições de ensino, a folha de pagamento dos funcionários e a alta taxa de inadimplência pesam nos custos.  

?As escolas não têm nenhum índice obrigatório para o reajuste. Pela legislação existente, a instituição faz uma planilha de custos e projeção de gastos para o ano seguinte?, explicou o presidente do Sinepe-PR, José Manoel de Macedo Caron Junior. Segundo ele, o índice de 6% é apenas um indicativo. ?Alguns estabelecimentos aumentam mais, outros menos?, esclareceu. A planilha de custos, lembrou, é baseada no ano anterior. ?Este ano, por exemplo, o reajuste salarial dos professores e funcionários foi o INPC (inflação) mais 1% de aumento real?, explicou Caron. No Paraná, a categoria negocia com três sindicatos: o de professores, de auxiliares de educação e de professores de ensino superior de Curitiba e região metropolitana. A folha de pagamento dos funcionários e os encargos sociais são os que mais pesam nos custos das escolas particulares – cerca de 60%, de acordo com Caron.

Inadimplência

A inadimplência é outro item importante na composição de preços. Conforme o presidente do Sinepe-PR, a taxa de inadimplência nas escolas de Curitiba é de 15% – abaixo da média nacional, que é de 20%.

A situação, porém, já foi pior. ?Há cerca de dois anos, a inadimplência aqui era de aproximadamente 21%, acima da média do País?, destacou Caron. Nesse quesito, o Rio de Janeiro é um dos campeões, com cerca de 23%. ?As escolas particulares vivem da classe média alta e alta. À medida que a renda familiar aumenta, a inadimplência diminui?, apontou, acrescentando que as pessoas, muitas vezes, dão prioridade a pagamento de outras contas, como o financiamento de um veículo, em que a multa e os juros por atraso são maiores.

Nas instituições de ensino superior a inadimplência costuma ser maior, ?embora se consiga zerar num tempo menor?, comentou Caron. Isso porque os cursos superiores têm contratos semestrais e para efetivar a matrícula é preciso estar com as mensalidades acertadas. Já o contrato do ensino básico é anual e a pessoa só é chamada para negociação na matrícula. ?Mas daí já se passou um ano?, acrescentou.

Reajuste variável

Nas escolas particulares de Curitiba, os novos valores já foram repassados aos pais e alunos. A grande maioria optou por reajustes diferenciados. É o caso do Expoente, que está no mercado há 21 anos e conta com cerca de 3,5 mil alunos. ?Não adotamos um reajuste padrão. Este ano, analisamos os custos de 2007 e adotamos índices diferenciados, entre zero e 5%?, explicou o diretor-geral do Expoente, Armindo Angerer. O maior reajuste ficou com a educação infantil (5%), enquanto no curso pré-vestibular não houve alteração de preços em relação ao ano passado, por conta da grande concorrência. ?Não reajustar a mensalidade foi uma necessidade estratégica para trabalhar com preços mais competitivos?, explicou. No Expoente, a média do reajuste das mensalidades – da educação infantil ao ensino superior – será de 4% para 2008. Em outra escola de Curitiba, o Dom Bosco, o reajuste também deve ser diferenciado, entre 4% e 6%.

Já o Colégio Medianeira, que está há 50 anos no mercado e tem aproximadamente 2,2 mil alunos, aplicará reajuste linear de 5% para todas as séries, da educação infantil ao ensino médio. De acordo com o coordenador administrativo e financeiro do Medianeira, Gilberto Vizini Vieira, o índice foi calculado a partir de uma ?cesta de informações?, que inclui a inflação medida pelo INPC, projeções de mercado, o cenário econômico, além de investimentos. Este ano, a escola iniciou as obras de uma nova biblioteca, que ficará pronta em 2008.

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