Empréstimo em financeiras exige atenção

O fechamento do mês de maio com o aumento dos juros das financeiras de 12,82% para 12,93% serve de alerta para as pessoas que recorrem a empréstimos de empresas especializadas em linhas de crédito. As facilidades concedidas no ato da contratação dos serviços, que muitas vezes oferecem o empréstimo apenas com a apresentação da carteira de identidade e CPF, acabam seduzindo a população.

O grande problema, que pode se constituir em armadilha para o consumidor, é que muitas vezes, ao anunciar as vantagens, as empresas mascaram os juros.

Segundo a advogada do Procon-PR, Marta Favretto, todo o cuidado é pouco na hora de contrair qualquer tipo de dívida. ?Se realmente for necessário, o ideal é que a pessoa confira as condições de várias empresas, prestando muita atenção nos juros cobrados?, diz. O alerta se baseia especialmente no fato de o Banco Central autorizar o funcionamento das financeiras com base nos juros, mas não limitá-lo. Deste modo, o que acaba regulando os juros cobrados por cada empresa é a lei de mercado.

Para não cair na armadilha dos juros, antes de partir para a contratação do empréstimo, o Procon alerta para a avaliação profunda da necessidade real do dinheiro emprestado. ?O ideal é que se recorra ao empréstimo apenas em situações de emergência. Se o dinheiro servirá para adquirir algum bem de consumo, vale mais apenas esperar e juntar o dinheiro.?

Não bastassem os altos juros cobrados sobre cada prestação, as empresas não se privam de cobrar juros sobre os juros já inclusos em cada parcela a ser paga. ?Muitas vezes, o consumidor paga um valor menor que o da prestação e no mês seguinte acaba tendo que pagar muito mais.?

Lojas

O presidente do Instituto de Proteção e Defesa dos Consumidores e Cidadãos do Brasil (IPDC), Marcos Vendramini, diz que a ?moda? de oferecer crédito não se limita às financeiras, que costumam divulgar os serviços especialmente distribuindo panfletos nas ruas de grande movimento. ?Algumas grandes redes de lojas se juntaram a financeiras, que inclusive permitem saques em lojas, de valores que serão cobrados com juros mais adiante?, diz.

Para ele, pior do que oferecer os empréstimos é o modo como ele é feito, vendendo a idéia de banalidade. ?Em um dos panfletos, estava escrito ?Resolva os seus problemas! Sem dinheiro para viajar? Nós emprestamos?. O problema é que vendem a idéia de dinheiro fácil e rápido, para suprir supérfluos?, explica. Nas lojas que possuem acordos com financeiras, ele conta que muitas vezes os que as empresas chamam de agentes financeiros não mentem, mas omitem especialmente os altos juros. ?Os funcionários são orientados a mascarar esses juros e quando a conta vem, já é tarde?. Por isso, a orientação do IPDC é clara: quando o assunto é qualquer tipo de crédito, todo o cuidado é pouco.

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