Empresas investem em seguros para pessoas de baixa renda

Em 2010 a economia brasileira promete reforçar o portfólio de produtos e serviços consumidos pelas classes C e D. É a aposta nos microseguros. Uma modalidade de seguros destinada a pessoas de baixa renda, e que representam, no Brasil, a maioria da população economicamente ativa.

O portfólio de microseguros é grande e bastante variado para atender todas as necessidades destas classes. Seguro de vida, VGBL, seguro funeral, educacional, seguro de crédito, propriedades, roubo, inundação, danos à lavoura, residência, acidentes, doenças óticas, ambulatorial, incapacidade física, mutilação, eletroportáteis como celulares e notebooks, entre outros serviços, produtos e necessidades.

De acordo com o diretor da Protecta, corretora de seguros do Grupo Servopa, Rodrigo Fatuch, os microseguros são as apostas das seguradoras para 2010. “A cultura do brasileiro mudou muito nos últimos anos. Hoje as pessoas se preocupam mais com a preservação do bem e das suas conquistas”, relata Fatuch.

Os balanços recentes do mercado reforçam o otimismo do diretor da Protecta. De acordo com o balanço divulgado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), em meio a crise econômica mundial, a arrecadação total das carteiras de seguros em 2009, no Brasil, foi 11% maior do que em 2008, chegando ao montante de pouco mais de R$ 84 milhões.

DPVAT

Uma modalidade ainda mais popular de seguros, e também mais antiga do que os microseguros, é o seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre ou por sua Carga a Pessoas Transportadas ou Não). O DPVAT foi criado nos anos 1970 com o objetivo de amparar as vítimas de acidentes com veículos em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa pelo acidente. Estão cobertos pelo Seguro DPVAT todos os cidadãos, em qualquer parte do Brasil, sejam eles motoristas, passageiros ou pedestres. Esta modalidade de seguros oferece três tipos de coberturas: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médico-hospitalares comprovadas causadas por acidente de trânsito.

O DPVAT é um direito de todos, porém, poucas pessoas conhecem seus direitos, o que abre espaço para os espertalhões de plantão se beneficiar e lucrar com a intermediação deste benefício. “Existem empresas que colocam assessores de plantão em hospitais e até necrotérios, para agenciar vítimas e parentes de pessoas que sofreram acidentes de trânsito. O DPVAT é um direito de todos e não tem custo, mas estas empresas chegam a cobrar até 40% para entrar com pedido”, relata o diretor da Protecta, que disponibiliza o agenciamento sem custo algum para todos os clientes da corretora.

O Seguro DPVAT é cobrado anualmente de todos os proprietários de veículos automotores, junto com o recolhimento do Licenciamento Obrigatório e, 45% do total arrecadado é destinado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) para custear as despesas com o tratamento de acidentados. Outros 5% da arrecadação vão para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para o custeio de campanhas destinadas à prevenção de acidentes de trânsito.