Dando sequência ao crescimento observado desde o início do ano, o Paraná criou em agosto 21.397 novos postos de trabalho, 48% a mais do que o número gerado no mesmo mês no ano passado, quando o estado registrou 14,4 mil.
Com essa marca, agosto de 2010 pode ser considerado o melhor dos últimos 18 anos dentro da série histórica de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No acumulado dos primeiros oito meses, o estado tem o segundo melhor ano desde 1992, com 135.108 empregos criados, perdendo apenas para 2008, quando os meses entre janeiro e agosto davam conta de 137.492 novos postos de trabalho.
Todavia, ao contrário do que ocorreu em 2008, com a desaceleração econômica a partir de setembro daquele ano, as previsões para o último quadrimestre deste ano seguem otimistas e com projeções de novos recordes de crescimento.
“Mesmo quando comparamos julho com agosto, observamos um aumento significativo no saldo de empregos, algo em torno de 1%, e a tendência é que isso se repita nos próximos meses graças a um conjunto de fatores que vêm promovendo um círculo virtuoso na economia do Paraná e do Brasil desde 2004”, avalia o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR) Sandro Silva.
No Brasil, quase 299.415 mil empregos novos com carteira assinada foram gerados no mês passado, uma alta de 23,7% em relação à 2009, quando o país criou 242.126 postos de trabalho. No ano, o país já ameaça a romper o patamar de 2 milhões de novos empregos gerados, já que o acumulado fechou em 1.954.531.
Os pilares do crescimento tanto estadual quanto nacional são aumento real nos ganhos da maioria das categorias de trabalho, queda na taxa de juros e a consequente elevação do crédito e as políticas de desenvolvimento como o “Minha Casa, Minha Vida” e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que vêm alavancando o ritmo de desenvolvimento da economia.
“Se continuar assim, a meta de 7,2% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) será atingida em 2010”, prevê Dias. “Se pegarmos os últimos seis anos, mesmo com a crise econômica no final de 2008 e alguns intervalos de desaceleração, podemos observar uma rara trajetória de crescimento prolongado da economia, com média de 4,5% de PIB”, informa o economista do Dieese, acrescentando que algo assim só foi visualizado na década de 70, durante os anos do chamado “milagre econômico”. “A média de 4,5% não é a ideal, mas é praticamente o dobro do que foi registrado nas décadas de 80 e 90”, acrescenta.
Impacto da produção de fim do ano
Os segmentos que mais influenciaram na geração de novos empregos em agosto, no Paraná, foram os serviços, com 7.804 empregos e a indústria com 5.793 empregos.
Da indústria, os setores que mais empregaram foram o de Têxtil e Vestuário e o de Alimentos e Bebidas que, segundo o Dieese-PR, já ampliam a produção para atender o aumento da demanda por conta do final de ano.