Emprego na indústria cresce de forma tímida

A indústria paranaense aumentou seu efetivo em 1,9% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhora ajudou o setor a fechar o primeiro semestre com alta de 0,4% no índice de emprego, ante o acumulado entre janeiro e junho de 2009. Em 12 meses, porém, a taxa de pessoal ocupado ainda é negativa, de -3,15%. Os três indicadores estão abaixo das médias nacionais, que ficaram em 4,9% em junho, 2,4% no semestre e -1,6% nos 12 meses.

Se a indústria do Estado está contratando em um ritmo menor que o nacional, ao menos está aumentando mais os salários de seus empregados, superando os índices nacionais. O crescimento paranaense de junho, descontada a inflação, é de 10,5%. No semestre, o incremento é de 8,35% e, em 12 meses, de 2,9%. As taxas do País ficaram, respectivamente, em 8,3%, 4,6% e -0,1%.

No documento que divulgou a pesquisa, os técnicos do IBGE comentaram que, a expansão generalizada, no País, no fechamento do primeiro semestre, reflete a recuperação do emprego industrial nos últimos meses. Mas o instituto também lembra que os números ruins do mesmo período do ano passado, em função da crise econômica internacional, também influenciaram.

O setor da indústria estadual que puxou para cima os índices de emprego de junho e do primeiro semestre foi o de máquinas e equipamentos, que aumentou seu pessoal em 18,2% no mês e 13,8% nos seis primeiros meses do ano, ambos em comparação com iguais períodos do ano passado. No acumulado do semestre, o índice mais expressivo veio da indústria de calçados e couro, que ampliou seus quadros em 21%.

Por outro lado, o segmento que mais influenciou negativamente as taxas de junho e do primeiro semestre foi o de alimentos e bebidas, que diminuiu seu pessoal empregado em 3,5%, em relação a junho de 2009, e 3,8%, ante os seis primeiros meses do ano passado. Os piores índices, no entanto, vieram de outra área: em junho, o setor de refino de petróleo e álcool teve queda de 20,6%; já no semestre, a taxa ficou negativa em 10,3%.

Transporte

No índice estadual da folha de pagamento real, a principal influência positiva, tanto de junho como do semestre, veio do setor de fabricação de meios de transporte, que aumentou a massa salarial em 21,85%, em relação ao mesmo mês do ano passado, e em 14,4%, no acumulado entre janeiro e junho. Mas as maiores taxas vieram do segmento de calçados e couro, que evoluiu 32,3% em junho e 30% no primeiro semestre.

Apenas dois setores tiveram taxas negativas na folha de pagamento, em junho e no primeiro semestre. No mês, a mais importante aconteceu na indústria madeireira, que reduziu sua folha em 4,8%. No acumulado nos seis primeiros meses, o maior peso veio do refino de petróleo e álcool, que diminuiu sua massa salarial em 10%.