Emprego industrial continua ?patinando?

A indústria do Paraná segue reduzindo o número de empregos. Em julho, a queda foi de 1,1% na comparação com igual mês do ano passado. Foi a 12.ª queda consecutiva neste tipo de comparação. Já em nível nacional, a taxa de emprego subiu 0,3%, depois de nove meses seguidos de queda. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

No Paraná, dez dos 18 setores pesquisados registraram queda no nível de emprego em julho, com destaque para a indústria da madeira, com redução de 9,2%, e a indústria do vestuário (-7,9%). ?São setores empregadores que têm peso importante na indústria do Paraná?, apontou a economista Denise Cordovil, do IBGE. A redução do nível de emprego nas duas indústrias se deve especialmente ao câmbio, que vem dificultando as exportações. ?No caso da madeira, houve ainda redução da matéria-prima em função da fiscalização de extração e processamento?, explicou Denise. Já o setor têxtil está sofrendo a concorrência de produtos importados mais baratos. Também os setores de máquinas e equipamentos e metalurgia básica registraram queda no nível de emprego – recuo de 11,05% e 11,72%, respectivamente.

Na outra ponta, o maior impacto positivo sobre o nível de emprego veio da indústria de alimentos e bebidas, com crescimento de 2,3%. O setor de produtos químicos, com alta de 11,3%, também contribuiu com a geração de mais empregos. Com o resultado de julho, o emprego na indústria do Paraná acumula no ano (janeiro a julho) queda de 3% e, nos últimos 12 meses, queda de 2,6%.

Com relação à folha de pagamento, a indústria paranaense registrou queda de 2,9% na comparação com julho do ano passado, com destaque para o setor de madeira (com queda de 15,4%). Também a indústria de alimentos, apesar de ter elevado o nível de emprego, registrou queda na folha de pagamento (-9,8%). ?Pode estar sinalizando que as empresas desse setor estão pagando média salarial menor?, apontou a economista.

País

Em nível nacional, o crescimento de 0,3% em julho refletiu o crescimento do emprego em seis das quatorze áreas investigadas, com destaque para região norte e centro-oeste (9,2%) e São Paulo (1,4%). O ramo alimentos e bebidas foi determinante na formação dos resultados desses locais, apresentando, respectivamente, aumentos de 23,7% e 10,5%. Entre as áreas que reduziram o contingente de trabalhadores, as principais pressões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-8,6%) e Paraná (-1,1%). Calçados e artigos de couro (-20,0%), na indústria gaúcha, e madeira (-9,2%), na paranaense, foram os destaques negativos mais significativos nestes estados.

Em nível nacional, o pessoal ocupado aumentou em sete dos dezoito setores, frente a julho de 2005, com alimentos e bebidas (6,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (15,2%) respondendo pelos impactos positivos mais relevantes. Vale ressaltar que o aumento do emprego no setor de refino de petróleo e produção de álcool está diretamente relacionado à safra de cana-de-açúcar. Por outro lado, calçados e artigos de couro (-11,5%) e máquinas e equipamentos (-4,9%) deram as contribuições negativas mais significativas.

No indicador acumulado (janeiro-julho), o nível de emprego na indústria foi 0,4% menor do que no período janeiro-julho de 2005. Este resultado pode ser explicado, sobretudo, pelos recuos observados em oito dos quatorze locais e em onze dos dezoito ramos. 

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