Vagas

Emprego formal cresce mais que a população

O emprego com carteira assinada cresceu 6,83% nos últimos 12 meses em Curitiba, com 38.110 vagas; já a população aumentou 1,7% neste mesmo período, passando de 1,797 milhão para 1,828 milhão – incremento de 31 mil pessoas -, conforme estimativa divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Em Curitiba, o emprego está crescendo mais do que a população. É sinal de que a economia está de fato aquecida, estamos vivendo um momento muito bom”, destacou o economista Cid Cordeiro, do Dieese-PR (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná).

Só em julho, foram criados 3.184 empregos em Curitiba – o melhor saldo no mês desde 1999 -, representando crescimento de 0,55%. A maior parte das oportunidades surgiu no setor de serviços, com 1.189 vagas, seguida por construção civil (680), comércio (680) e indústria de transformação (554).

“O que mais nos surpreendeu foi a manutenção do crescimento do emprego no segundo semestre”, apontou o secretário municipal do Trabalho e Emprego, Raul D’Araujo. Com a elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, a expectativa era que o crescimento do nível de emprego diminuísse em julho, o que não ocorreu.

Segundo Cid Cordeiro, em algum momento, porém, a alta da taxa de juros vai impactar nas contratações. “O emprego deve continuar crescendo, mas não com recordes como estava até então”, comentou.

Entre os fatores que vêm contribuindo com o aumento do emprego formal estão a expansão do crédito e da renda e investimentos por parte das empresas. “O empresariado está mais confiante no País”, acredita o secretário.

Na comparação com outras capitais, Curitiba ficou na quinta posição com relação ao saldo de empregos em julho (3.184) e na sexta posição quanto à variação (0,55%).

No acumulado do ano (janeiro a julho), o nível de emprego cresceu 4,68% em Curitiba, com a criação de 25.836 postos de trabalho. Em relação ao saldo de empregos, o setor de serviços foi o que mais contratou (12.522 pessoas), seguido pelo comércio (5.155) e pela construção (4.647).

Porém, quanto à variação, a construção civil foi a que apresentou o maior crescimento este ano: expansão de 19,57%, bem acima do segundo colocado, o setor de serviços, com índice de 4,46%. Em Curitiba, o estoque de trabalhadores com carteira assinada é estimado em 577.351.

Mapa de oportunidades

Conforme o Mapa de Oportunidades traçado pelo Observatório do Trabalho de Curitiba – formado pelo Dieese-PR e pela secretaria municipal do Trabalho e Emprego -, as atividades que mais contrataram este ano em Curitiba foram como servente de obras – com 2.829 empregos e salário médio de admissão de R$ 558,47 -, auxiliar de escritório -1.718 vagas e salário inicial de R$ 595,26 -, assistente administrativo – 1.321 vagas e salário inicial de R$ 921,02 -, operador de telemarketing ativo – 1.312 vagas e salário inicial de R$ 390,54 -, vigilante – 877 vagas e salário de R$ 802,75 – e faxineiro, com 763 vagas e salário inicial médio de R$ 438,17.

Três setores concentram os melhores salários

Com base no Mapa de Oportunidades, os melhores salários pagos em Curitiba estão concentrados em três setores: informática, engenharia e mercado financeiro. “São os que oferecem as melhores oportunidades salariais”, destacou o secretário municipal Raul D’Avila.

No topo do ranking está o cargo de diretor de serviços de informática, com salário médio inicial de R$ 19,3 mil. Em seguida, aparece a função de diretor de operações de obras públicas e civis, com salário inicial médio de R$ 15.066,5,0; gerente de operações de correios e telecomunicações (R$ 15.055,00), supervisor de ensino (R$ 13.772,19), pesquisador em ciências da computação e informática (R$ 12 mil), diretor comercial (R$ 11,9 mil), diretor de mercado de capitais (R$ 11 mil), pesquisador de engenharia civil (R$ 11 mil), diretor administrativo e financeiro (R$ 9.845,92), diretor financeiro (R$ 9.529,89), especialista em calibrações metrológicas (R$ 9.187,00), diretor de redação (R$ 8.654,83). Na 19.ª posição, o atleta profissional de futebol tem salário médio inicial de R$ 6.476,85.

“É a primeira vez que esse dado aparece. Significa a formalização do vínculo de trabalho”, apontou Cid Cordeiro, do Dieese-PR, referindo-se aos jogadores de futebol.