Emprego é problema na UE e EUA

Berlim

e Nova Iork – Quando se trata do nível de emprego na Europa e nos EUA, este ano não está tão ruim quanto o ano passado ? o que não quer dizer que esteja bom. Várias empresas européias planejam a demissão de milhares de empregados nos próximos meses. E nos Estados Unidos, entre fevereiro de 2001 e fevereiro deste ano, dois milhões de empregos sumiram.

Depois de Dresdner Bank, Siemens, Bayer e Mobilcom, também a francesa Alcatel, fabricante de equipamentos de telefonia, anunciou a demissão de 23 mil pessoas até 2003. Segundo o consultor Roland Berger, o próximo inverno europeu será bastante rigoroso no que se refere à situação das empresas.

A Bayer encolherá o seu quadro de funcionários: cortará 15 mil pessoas no mundo inteiro até 2005. Já o Dresdner Bank, em fusão com a Allianz Versicherung, deverá fechar na Alemanha 30% das filiais e demitir mais de dez mil pessoas.

Os prejuízos em bolsa e a falência de cerca de 40 mil empresas, só na Alemanha, este ano, com dívidas não-pagas no valor de 24 bilhões de euros, fizeram com que os bancos tivessem prejuízos. Também o Deutsche Bank tem problemas e vai demitir, mas ainda não anunciou quantas pessoas vão perder o emprego.

Praticamente em todos os setores da economia há demissões. A Siemens vai demitir 35 mil, mas não sabe quantos empregos da empresa no Brasil serão sacrificados.

Segundo a federação das indústrias (BDI), nos próximos meses as grandes empresas alemãs planejam demitir cerca de 70 mil pessoas. E também o comércio alemão pretende fazer demissões em massa.

Nos Estados Unidos, o número de falências e concordatas em 2001 quase dobrou em relação ao ano anterior, segundo o Departamento do Trabalho. Foram 290 eventos que resultaram em demissões, contra 157 no ano 2000; 107, em 1999, e 81, em 1998.

Os dados preliminares relativos ao primeiro semestre deste ano indicam uma redução dos índices em relação a 2001, mas haverá revisão dos números, que em geral crescem 10%. E de qualquer modo estão acima dos índices do mesmo período da segunda metade da década passada.

Em termos absolutos, no semestre passado, pouco mais de um milhão de trabalhadores entraram com pedido de seguro-desemprego, numa ligeira redução em relação ao primeiro semestre de 2001. Mas os indicadores deste semestre mostram que o número está aumentando. Cerca de 800 mil americanos estavam desempregados por mais de seis meses, em setembro de 2001. Este mês, esse número quase dobrou: 1,5 milhão.

O total de trabalhadores requisitando seguro-desemprego é uma fração do total de desempregados. No mês passado esse número era estimado em 8,1 milhões, ou 5,7% da força de trabalho.

? A queda na taxa de desemprego deve ser ignorada ? disse Ian Shepherdson, economista-chefe da High Frequency Economics. ? Em geral, novos empregos ainda estão muito escassos.

Nos últimos seis meses, foram criados apenas 26 mil empregos, um número baixo para a economia americana.

Na sexta-feira, a Boeing anunciou 750 demissões, dentro da meta que poderá chegar a 30 mil até o fim do ano. A empresa cortou sua linha de produção de jatos pela metade, devido à crise nas companhias aéreas detonada pelos ataques terroristas aos EUA em 2001.

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