Os números negativos dos principais indicadores de emprego no país refletem diretamente nas vagas e salários oferecidos aos trabalhadores em Curitiba e região. A série histórica do Ministério do Trabalho e Emprego apontou que o país apresentou o pior desempenho dos últimos 23 anos pelos resultados trazidos pelo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), com encerramento de mais de 155 mil vagas com carteira de trabalho
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Em Curitiba e Região Metropolitana, o mês passado apresentou 2.554 vagas a menos pelo Caged, (1.439 somente em Curitiba) ao mesmo tempo em que o Paraná teve redução de 1.361 postos de trabalho encerrados. “Isso significa que o interior está puxando a oferta de vagas, e de empregos na indústria que, historicamente, remuneram melhor. Mesmo com maio negativo, ainda no ano, o saldo, pelo Caged, entre admitidos e demitidos permanece positivo no Paraná em mais de 22 mil vagas”, explica o gerente da sede da Agência do Trabalhador em Curitiba, Rafael Santos.
Agronegócio
Para ele, as principais razões para o interior estar em situação melhor é a consolidação dos investimentos atraídos pelo Programa Paraná Competitivo e a tendência de descentralização do desenvolvimento para o interior. “Tanto que empresas como a Klabin em Ortigueira, já vieram buscar pessoal da capital”, aponta. A outra explicação é o crescimento do agronegócio.
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Curva em queda
Os números mostram que a oferta de vagas reduziu drasticamente. Na quinta-feira passada, as 220 Agências do Trabalhador do Paraná somavam 4.477 vagas abertas. No ano passado, a unidade de Curitiba trabalhou, por vezes, com 4 mil ofertas de emprego no dia. Na comparação mensal, enquanto em maio deste ano foram oferecidas 14.916 oportunidades em todo o Paraná, via Agência do Trabalhador, a capital ofertou 2.450 empregos.
No ano passado, o Paraná registrou 22.992 vagas ofertadas pelas Agências do Trabalhador, enquanto a unidade de Curitiba fechou o mês com 3.900 oportunidades de trabalho
Cartazes
Tanto no ano passado quanto em 2013, o hall de entrada de lojas, supermercados e até em empresas era tomado por uma poluição de cartazes procurando profissionais de todas as áres.
Medo toma conta
O motorista Ronaldo Coito de Carvalho, 34 anos, deu início à peregrinação diária até a agência em setembro do ano passado. “Estava trabalhando com entregas e tirava R$ 2,4 mil, mas agora, estou me conformando que terei que baixar a minha expectativa para conseguir trabalhar”, resume. Ele explica que esse período de desemprego gerou muita complicação financeira para a família. “Atrasei a prestação da casa e tenho medo de perder o imóvel, daí a necessidade de encontrar algo rápido”.
Pressa também tem o carpinteiro Rosni Lustosa (foto), 47 anos. Há dois meses procurando recolocação em um dos setores mais afetado pela crise, ele cogita se mudar para o interior. “Se nas próximas semanas não conseguir uma vaga aqui, vou trabalhar em uma obra em Telêmaco Borba”, afirmou.