Embarques estão normais em Paranaguá

Ontem, 17 navios estavam movimentando suas cargas nos Portos do Paraná. Deste total, 15 estavam atracados no Porto de Paranaguá e dois em Antonina, representando a operação de mais de 463 mil toneladas de produtos. Ao largo, aguardando para atracar, permanecem 40 embarcações, das quais, 14 para embarque de soja em grão e duas para recebimento de carga mista (soja e milho). Na segunda-feira, 8 navios foram despachados do Porto de Paranaguá e outros dois do Porto de Antonina. Nas próximas 48 horas, 19 navios estão sendo esperados para chegar aos Portos do Paraná.

Desde janeiro até o início desta semana, os terminais portuários paranaenses movimentaram mais de 7 mil toneladas de produtos, contra 5,7 milhões no mesmo período do ano passado. As exportações deste ano totalizaram até o momento mais de 5 milhões de toneladas, contra 4,1 milhões em 2003. As importações em 2004 somaram 2 milhões de toneladas, contra 1,5 milhão no ano passado.

A movimentação de produtos do segmento da Carga Geral representou, até agora, neste ano, mais de 1,3 milhão de toneladas, contra 989 mil em 2003. O aumento também pôde ser verificado na movimentação de cargas do complexo do Granel Sólido. São 4,6 milhões de toneladas em 2004, contra 3,5 milhões de toneladas. Já as operações com produtos do setor de Granéis Líquidos registraram uma retração no comparativo 2003-2004. São 744 mil toneladas contra 1 milhão, respectivamente.

Movimento político

O deputado estadual e chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, afirmou ontem, em entrevista ao programa “Pra Seu Governo”, da Paraná Educativa, que o fim da “greve de patrões” no Porto de Paranaguá terminou, mas o inquérito que vai apurar os responsáveis pelo ocorrido ainda não. “O inquérito policial vai apontar os responsáveis e eles vão responder por isso. Foram necessários apenas três dias de trabalho para as filas acabarem, prova de que o problema do porto nunca foi agilidade no carregamento. O porto tem totais condições de fazer a vazão.”

Segundo Quintana, ficou claro que tudo o que ocorreu foi um oportunismo político. “Foi uma somatória de interesses contrariados. E houve a conotação política, com envolvimento de políticos”, disse o chefe da Casa Civil, lembrando ainda que a tentativa de privatizar o porto somado à proibição dos transgênicos também foram fatores que levaram à paralisação. “Mas este é um porto público e com agilidade e lucro pela racionalização, não pelo aumento de tarifas, o que não ocorreu.”

O chefe da Casa Civil frisou também que a população de Paranaguá sempre confiou no governador Roberto Requião e que o governo tem trabalhado por melhorias no município. “No fim de 2003 o governo fez a interiorização na cidade, com a presença do governador e de secretários de Estado. Paranaguá, devido ao fato de ser sede do porto, foi o município que recebeu o maior aporte de recursos públicos.”

Verificando a higiene

Começou ontem, pela manhã, a vistoria nos terminais do Porto de Paranaguá, no litoral do Estado. A Secretaria de Estado da Saúde acionou oito técnicos da 1.ª Regional de Saúde que estão trabalhando em parceria com os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Eles vão verificar as condições de higiene e também a possível presença de ratos nos armazéns privados. O procedimento obedece uma decisão tomada pelo governador Roberto Requião na segunda-feira, durante a reunião com o secretariado. Ele exige uma vistoria rigorosa.

De acordo com o coordenador de vigilância em saúde da Secretaria, José Francisco Konolsaisen, o procedimento faz parte de uma rotina, realizada há bastante tempo. Ele destacou que a fiscalização é feita também no pátio do porto, nos barracões que servem como restaurantes do local. “Houve uma denúncia da presença de roedores no local, e estamos averiguando isso. São locais que armazenam alimentos e se for constatado que existem ratos, os proprietários dos armazéns serão notificados”, completa José. 

Governador responde ao presidente do PT

Ao se referir à greve da Polícia Federal, considerando-a “inaceitável”, o presidente nacional do PT, José Genoíno acabou tecendo considerações “irrefletidas e imprudentes” a respeito da greve que ocorreu no Porto de Paranaguá e que acabou no final da semana passada. Segundo Genoíno, “as ações do governador Roberto Requião não podem criar um fato extremamente negativo para as exportações e para a economia do País. Toda a responsabilidade do que acontece no porto de Paranaguá é de responsabilidade do governo do Estado do Paraná, mas acaba respingando no governo federal”.

Ontem, o governador Roberto Requião enviou ao presidente do PT a seguinte correspondência:

“Ao Sr. José Genoíno, Presidente Nacional do PT.
Sr Presidente,

A sua entrevista ao Portal do PT, de 29/03, surpreendeu-me. Pelas declarações irrefletidas e imprudentes. Em uma circunstância como esta, não esperava, como aliado do presidente da República, ser transformado em alvo de suas disparatadas observações. Na verdade, a minha tentação seria classificá-las como levianas e irresponsáveis e dizer ao senhor que se informe antes de abrir o destampatório de bobagens. No entanto, como não quero azedar esta discussão, considere esta frase anterior cancelada.

O senhor, pelo que vejo de suas declarações, mantém-se absolutamente ignorante do que aconteceu no Porto de Paranaguá. Não tivemos lá uma greve e sim um locaute. Acredito que, como presidente do Partido dos Trabalhadores, o senhor saiba distinguir uma coisa de outra. Contrariei em Paranaguá poderosos interesses, daí a reação. Os responsáveis pela paralisação estão respondendo a inquérito policial e serão todos enquadrados na Lei de Segurança Nacional.

De qualquer forma, a paralisação do Porto foi resolvida. Contei para isso, com a forte colaboração dos trabalhadores portuários, que se recusaram a se pôr como massa de manobra dos interesses patronais. Sendo assim, livre dessa pendenga, coloco-me à disposição para ajudá-lo a resolver as greves da Polícia Federal, do INSS e paralisações outras que atazanam a República.

Da mesmo modo, aproveito a ocasião para sugerir mudanças na política econômica federal. Os seus efeitos deletérios respingam sobre nós, os aliados. E nem por isso estamos a dizer tolices ao ou do presidente da República.

Senhor Genoíno, é o que tinha a dizer. Resta-me, na verdade, uma outra observação. São declarações como as suas que me fazem entender porque alguns militantes históricos deixam o PT. Abra o olho, companheiro. Não deixe morrer a esperança. Aqui no Paraná, a mudança tão esperada já está acontecendo.

Roberto Requião – Governador do Paraná”.

Voltar ao topo