Economia nacional deve desacelerar no 2.º semestre

O bom desempenho registrado pela economia brasileira no primeiro trimestre – quando o PIB cresceu 5,8% – deve perder força no segundo semestre.

A avaliação é do economista Gilmar Lourenço, chefe do Departamento de Economia da UniFae. ?O crescimento foi por inércia, resultado do bom momento do final do ano passado?, apontou.

Lourenço lembrou que boa parte do crescimento da economia se deve ao crédito e que as classes D e E – além de parte da classe C – estariam ?batendo no teto do endividamento.?

?O endividamento está em torno de 40%, índice considerado preocupante?, comentou. Outro fator que põe em dúvida a continuidade do crescimento econômico é o cenário internacional, principalmente a recessão norte-americana. ?Países como o Brasil vão esfriar o ritmo das exportações e isso pode irradiar para o mercado interno?, explicou.

Sobre os fatores que levaram ao crescimento de 5,8% no PIB no primeiro trimestre, Lourenço destacou a recuperação do emprego, do salário e o aumento do crédito.

Construção civil

Com crescimento de 8,8%, a construção civil foi um dos setores que mais puxaram a economia brasileira no primeiro trimestre. ?Esse resultado já era esperado, tanto por conta das obras públicas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como pela iniciativa privada?, afirmou o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Normando Antonio Baú. Incentivos como ampliação do crédito e do prazo de financiamento foram decisivos para o bom desempenho.

Os números locais já mostram o aquecimento do setor. O volume de alvarás concedidos, segundo Baú, cresceu 52% em Curitiba de janeiro a abril desse ano contra o mesmo do ano passado.

Além disso, o número de lançamentos de empreendimentos verticais (edifícios) passou de 739 no primeiro quadrimestre do ano passado para 1.405 unidades este ano. O número de empregos diretos no setor também cresceu: foram 3.865 em todo o ano de 2007 contra 4.013 de janeiro a abril desse ano.

?Estamos bem confiantes de que seja um momento longo de crescimento?, afirmou Baú. O único risco, segundo ele, seria a inflação. Itens essenciais da construção civil, como cimento e ferro, têm subido mais do que o esperado. 

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