Dólar tem maior queda em 30 dias e Bovespa sobe

O dólar retomou a trajetória de desvalorização e fechou em queda de 1,10%, ontem, cotado a R$ 2,686 na compra e R$ 2,688 na venda. Foi a maior queda percentual em um único dia desde 20 de dezembro. Entre os fatores que puxaram a cotação para baixo estiveram a valorização do euro e o fluxo cambial nitidamente positivo. Os títulos da dívida externa subiram e levavam o risco-país a cair 2,05% no final da tarde, aos 428 pontos-base. A Bovespa fechou em alta de 0,88%, em 23818 pontos e movimento financeiro de R$ 1,93 bilhão.

O bom desempenho dos títulos da dívida contribui para manter o dólar em baixa e a Bovespa em alta. Aproveitando a maior estabilidade do risco-país, o Tesouro Nacional promoveu na quinta-feira a primeira captação externa deste ano. Foram captados 500 milhões de euros em bônus de dez anos.

Segundo informações das mesas de câmbio, o fluxo cambial positivo teria sido garantido pelo ingresso de recursos de captações externas feitas recentemente, como CSN e Votorantim. Com a liquidez melhor, o Banco Central aproveitou para fazer o primeiro e único leilão de compra da semana. A instituição comprou recursos a R$ 2,706 pela manhã, e a cotação acelerou a queda no período da tarde. No acumulado da semana, o dólar caiu 0,52%.

O mercado futuro de juros destoou do restante dos mercados e teve o segundo dia seguido de alta, dando continuidade ao forte ajuste deflagrado pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A perspectiva de novos aumentos da taxa Selic nos próximos meses teve maior impacto no mercado do que a já esperada elevação da taxa Selic em 0,5 ponto percentual.

A inclinação da curva de juros para cima significa que, na prática, os juros reais praticados pelos bancos sobem. O que o Banco Central espera é que, com a previsão de juros maiores no médio prazo, o mercado reduza também a expectativa de inflação para este ano, convergindo com as metas do governo.

A taxa Selic é agora de 18,25% ao ano, depois de um aumento de 0,5 ponto percentual. Passado o primeiro impacto da elevação da taxa, as atenções se voltam à divulgação do Boletim de Mercado do Banco Central, na segunda-feira, e da ata da reunião do Copom, na quinta. O boletim do BC trará as previsões atualizadas do mercado para PIB, inflação e juros. A ata do Copom irá detalhar os motivos da alta da Selic e poderá dar pistas sobre o futuro da política monetária.

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