Dólar fecha abaixo de R$ 1,80 pela 1ª vez desde 2000

A taxa de câmbio fechou nesta quinta-feira (18) pela primeira vez nos últimos sete anos abaixo do nível de R$ 1,80. O dólar comercial despencou 1 92% no dia e encerrou os negócios no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,786, a taxa mínima. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista também fechou o pregão de hoje a R$ 1 786, na mínima. É a menor taxa desde 31 de julho de 2000 e maior queda porcentual, num único dia, desde 18 de setembro passado.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ontem à noite, de manter a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) estável em 11,25% ao ano reforçou o cenário favorável às operações de arbitragem com a moeda brasileira, uma vez que sustenta o elevado diferencial entre os juros no Brasil e no exterior, favorecendo o ingresso de capital externo no mercado doméstico, pressionando a queda no preço do dólar.

Além disso, conforme um operador de câmbio, a demonstração pelo Copom de que o Banco Central está preocupado com a inflação sinaliza que a autoridade monetária não se esforçará para evitar a depreciação do dólar, mantendo o preço baixo da divisa como uma âncora monetária. "O dólar baixo incentiva a importação, o que, por sua vez, ajuda a conter a inflação", disse o profissional, que preferiu não ser identificado.

As operações principalmente no mercado futuro de dólar, que determinaram a trajetória da moeda no segmento à vista, blindaram o mercado doméstico do mau humor externo verificado mais cedo. Em Wall Street, a manhã foi de perdas nos índices acionários, afetados por nova alta do petróleo e queda acima do esperado no lucro do Bank of America.

O Banco Central chegou a realizar hoje um leilão de compra de dólar, mas nem essa intervenção foi suficiente para evitar a forte baixa das cotações. O BC comprou dólares à taxa de corte de R$ 1,8084 no leilão.

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