Documento europeu mostra preocupação com nível do endividamento da Grécia

Uma nova avaliação europeia afirma que há sérias preocupações sobre a sustentabilidade da dívida do governo grego e que isso exigirá medidas para mitigar essa dívida, algo que vários governos da zona do euro relutam em aceitar. O documento de três páginas, ao qual o Wall Street Journal teve acesso, foi preparado pelas instituições europeias que têm negociado o novo programa de ajuda, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o fundo de resgate da zona do euro.

O documento não menciona as visões do Fundo Monetário Internacional (FMI), sugerindo que há novamente diferenças entre o Fundo sediado em Washington e seus parceiros europeus. As quatro instituições concordaram nesta semana com um novo pacote de ajuda para a Grécia, o que inclui grandes cortes de gastos e uma política estrita de reformas.

Mesmo se a Grécia implementar todo o programa de ajuda e conseguir levantar 13,9 bilhões de euros (US$ 15,45 bilhões) com a privatização de ativos, sua dívida deve permanecer em 159,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, diz o documento.

O nível de 2022 é importante, porque os ministros das Finanças da zona do euro haviam prometido anteriormente levar o nível da dívida grega para abaixo de 110% do PIB até então, num esforço para manter o FMI envolvido para salvar o país de um default e evitar que ele deixe a zona do euro.

Se a Grécia implementar apenas parcialmente o programa, sua dívida estará em 173,7% do PIB em 2022, projeta o documento. Caso o país consiga um crescimento econômico maior que o esperado e ganhar mais que o previsto com privatizações, a dívida recuaria para 148,2% do PIB em 2022.

O documento não diz o que aconteceria com a dívida grega se o governo não conseguisse implementar o programa – cenário que o FMI considerou o mais provável, na versão anterior de sua análise da sustentabilidade da dívida grega preparada antes dos controles de capital serem impostos, no fim de junho.

Diante da deterioração da economia grega, que as instituições esperam que encolha 2,3% neste ano e 1,3% no seguinte, há agora “sérias preocupações” sobre se o país conseguirá pagar suas dívidas, diz o documento europeu. Para ajudar a garantir a sustentabilidade da dívida, o documento sugere que os governos da zona do euro devem novamente concordar em transferir para Atenas os lucros do banco central de seus bônus do governo grego. Além disso, teriam de dar mais tempo a Atenas para pagar os empréstimos e os juros. Dessa maneira, os governos poderiam evitar uma redução no valor nominal da dívida, diz o texto. Fonte: Dow Jones Newswires.

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