Dívida líquida do setor público cai R$ 94 bilhões durante a crise

A dívida líquida do setor público vem tendo um comportamento diferente do que ocorreu em outras crises internacionais. Desde julho de 2008, o endividamento registrou uma queda de R$ 94 bilhões, passando de R$ 1,192 trilhão para R$ 1,098 trihão em março deste ano, segundo números divulgados hoje (30) pelo Banco Central.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a dívida líquida também diminuiu: de 40,3% em julho de 2008 para 37,6% no mês passado. Essa redução dá folga fiscal para o governo que , com o endividamento em queda, pode reduzir sua economia de recursos para o pagamento de juros.

Recentemente, o governo anunciou a redução da meta de superávit primário (a economia feita para pagar os juros da dívida), porque a relação dívida líquida/PIB caiu e se encontra abaixo de 40% do PIB. O pico desta relação foi de 56% do PIB em setembro de 2002, de acordo com números do Banco Central.

A recente queda da dívida líquida se deve ao impacto das operações no mercado futuro de câmbio que, a partir do segundo semestre de 2008, resultaram em ganhos do governo. Só a desvalorização do real frente ao dólar puxou para baixo a dívida líquida em R$ 98 bilhões no ano passado.

Em outras crises, a desvalorização do real frente ao dólar teve efeito contrário e inflou os números do endividamento. O governo tinha muitos títulos públicos corrigidos pela variação do câmbio. De junho a dezembro de 2002, por exemplo, a dívida líquida do setor público saltou R$ 131 bilhões, indo de R$ 750 bilhões para R$ 881 bilhões.

Após a mudança cambial de janeiro de 1999, a dívida líquida sofreu um impacto de R$ 110 bilhões e passou de um total de R$ 386 bilhões para R$ 516 bilhões naquele ano.

 

 

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