Diminui o otimismo do comércio paranaense

Empresários do comércio paranaense estão menos otimistas com o crescimento de vendas para o segundo semestre, na comparação com as expectativas para os primeiros seis meses de 2007. É o que revela a Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio do Paraná, realizada pela Federação do Comércio (Fecomércio-PR) nos meses de maio e junho. Conforme a pesquisa, 78,57% dos entrevistados afirmaram que as expectativas para o restante do ano ?são positivas.? No final do ano passado, o índice era 84,54%.  

A diferença de quase seis pontos percentuais do primeiro para o segundo semestre leva em consideração as dificuldades que ainda são encontradas pelo setor, principalmente a elevação da inadimplência. A taxa de juros, que vinha sendo reduzida gradativamente, mas que se mantém como uma das mais altas do mundo, também é considerada fator negativo para o comércio paranaense.

O otimismo, por outro lado, tem fatores a serem levados em consideração. A queda na inflação – estimulada em parte pela combinação de juros elevados (que contêm a demanda) com desvalorização do dólar (que aumenta a importação) – e a maior oferta de crédito para as vendas a prazo, ?dão ao comércio uma sensação de tranqüilidade, o que se reflete nos preços e nos prazos de venda?, destacou Darci Piana, presidente da Fecomércio-PR.

Obstáculos

A alta carga tributária continua sendo o grande entrave para o crescimento do setor, apontada por quase 70% dos entrevistados, seguida por ?encargos sociais elevados? (57,14%) e ?falta de recursos próprios para capital de giro?, que aparece na terceira posição, com 22,45%. Sobre as principais ameaças para o negócio, o ?aumento da inadimplência? foi a mais citada (34,18%), seguida por ?novos concorrentes? (30,61%). A queda do dólar foi citada por 15,31% dos entrevistados.

Apesar das dificuldades, a pesquisa mostra que o empresário do comércio segue acreditando no setor. Quase metade deles (42,86%) pretende realizar investimentos na própria empresa. ?Vamos ter crescimento no número de empregos, também, neste segundo semestre?, acrescentou Piana, ao apontar a informação de que 34,69% dos empresários informaram ter na área de recursos humanos (contratação de pessoal) um dos objetivos de investimentos para o segundo semestre.

Outro ponto positivo é com relação às finanças. Para 58,46% dos empresários, a situação financeira no primeiro semestre de 2007 foi melhor que no segundo semestre de 2006. O índice é o melhor já apurado pela Fecomércio-PR, desde o início da pesquisa em 2002. Para 32,82%, a situação financeira ficou entre 5% e 10% superior e para 25,64% entre 0% e 5% superior. Já para 20% dos pesquisados a situação permaneceu igual nos dois períodos e, para 19,49%, foi inferior.

?Mais importante é ver que o empresário do comércio de bens, serviços e turismo do Paraná está confiante na melhoria das condições do agronegócio, aumento dos preços agrícolas no mercado internacional e em uma economia mundial aquecida?, arrematou Piana.

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