Dieese: inflação dos mais ricos foi maior em agosto

A taxa de inflação para a população de maior poder aquisitivo foi mais significativa do que a observada para a população de menor renda na capital paulista em agosto. De acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), enquanto a variação média do indicador foi de 0,30%, o indicador específico para os mais ricos registrou taxa de 0,35% e o que engloba o custo de vida dos mais pobres apresentou variação bem mais amena, de 0,24% no mês passado.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três índices de inflação, segundo os estratos de renda das famílias da cidade de São Paulo. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

A boa notícia do mês é que foram verificadas taxas menores em todas as faixas, na comparação com julho. No primeiro grupo, o ICV de agosto foi 0,49 ponto porcentual inferior à variação de 0,73% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,04 ponto mais amena do que a de julho. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,54% para 0,24% entre julho e o mês passado.

Na avaliação dos técnicos do Dieese, o aumento médio de 1,03% observado no grupo Saúde foi determinante para as diferenças nas taxas por estrato de renda. Segundo a instituição, a elevação foi originada no subgrupo referente aos seguros e convênios médicos, o que resultou em maior prejuízo para as famílias de renda mais elevada, reunidas no terceiro estrato. “Neste caso, os gastos com convênio contribuíram com 0,17 ponto porcentual no cálculo de sua taxa, contra 0,09 ponto para o primeiro estrato e 0,12 ponto porcentual para o segundo”, destacaram os técnicos.

O Dieese também informou que, como a alta do grupo Alimentação foi pequena no mês passado, de 0,08% no ICV médio, as contribuições por estrato de renda não chegaram a afetar as famílias do primeiro e do segundo estratos. Segundo a instituição, as famílias de maior poder aquisitivo foram um pouco mais prejudicadas pela variação do grupo em agosto, já que, para elas, foi apurada uma elevação de 0,20% dos alimentos, que respondeu por 0,05 ponto porcentual da taxa geral do terceiro estrato.